O
Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) acredita que a Guiné Equatorial
continuará em recessão este ano e no próximo, com quedas de mais de 3% do PIB,
mas as perspectivas melhoram com o programa do Fundo Monetário Internacional
(FMI)
«A
Guiné Equatorial continua a desenvolver esforços para sair da recessão causada
pela descida nos preços do petróleo em 2014, com uma queda do PIB de 4,1% em
2019, depois de ter caído 6,1% em 2018», segundo o relatório "Perspectivas
Económicas em África", publicado em Abidjan pelo BAD.
O
programa negociado com o FMI no final do ano passado "concentrar-se-á em
manter a estabilidade macroeconómica e fortalecer o setor bancário, além de
promover o status social, diversificação económica, boa governança e
transparência", lê-se no documento, com o subtítulo "Desenvolvimento
da força de trabalho africana para o futuro".
Na
parte do relatório dedicado à Guiné Equatorial, o BAD escreve que o governo compromete-se
a aplicar as medidas acordadas com o FMI e recorda os cortes nos gastos
públicos, que foram reduzidos em 20,6% em 2018, e a melhoria na arrecadação de
impostos, que aumentou 7,2%.
O
déficit orçamental de 2,6% em 2017 melhorou para atingir um superavit de 0,5%
em 2018 e 1,3% em 2019, observa o BAD, no entanto, apontando as fragilidades na
gestão das finanças públicas e no capital humano do país.
O
documento afirma que "o progresso no desenvolvimento humano está abaixo do
potencial do país" e que 80% das crianças matriculam-se na escola primária
e a taxa de reprovação é de 24%.
As
receitas do petróleo permitiram ao país modernizar a sua infraestrutura nas
últimas duas décadas e existem programas ambiciosos para a construção de
estradas, portos, aeroportos, abastecimento e produção de água, transmissão e
distribuição de eletricidade, observa o BAD, destacando no entanto, essa
diversificação económica "continua sendo um objetivo importante para a
estabilidade e o crescimento a longo prazo".
A
economia ainda é dominada pelos hidrocarbonetos, embora as atividades não
petrolíferas tenham aumentado de 40% do PIB em 2013 para 56% em 2017, mas a
redução de 6,8% no setor de petróleo planeada para este ano deve manter o país
em recessão.
A
"fraqueza estrutural da capacidade de gestão das finanças públicas e a
capacidade do governo de implementar as suas políticas económicas e sociais
continuam a prejudicar o país", concluem os economistas do BAD. In “Asodegue”
– Espanha com “Lusa”
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