O Museu do Tesouro Real, em Lisboa, celebra hoje um ano de existência com o lançamento de um programa de atividades intitulado “O Real mês de junho”, que inclui música, danças, e encenações históricas dirigidas a crianças e adultos
De
acordo com a programação, ao longo do mês de junho decorrerão no museu
localizado na ala poente do Palácio Nacional da Ajuda - com uma das mais
importantes coleções mundiais de joias e ourivesaria da monarquia -
teatralizações como o “beija-mão” ao rei, momentos musicais, e compassos de
dança da corte portuguesa.
Para
hoje, Dia Mundial da Criança, está prevista a iniciativa “Sparkle”, com uma
visita ao museu, aulas dramáticas e performativas em língua inglesa para um
grupo de crianças, dos 7 aos 10 anos, e no sábado haverá o "Beija-Mão no
Tesouro Real” durante toda a manhã, com uma encenação histórica do século
XVIII, na corte do rei José I.
Contactado
pela agência Lusa em maio sobre o balanço de um ano de existência do museu, o
diretor executivo, Nuno Vale, considerou a estimativa global de visitantes
"muito positiva", indicando que hoje deverão ser ultrapassados os 85000
visitantes.
Aquando
da abertura, no ano passado, o diretor-geral do Turismo de Lisboa, Vitor Costa,
disse que estava a ser preparada uma campanha de divulgação internacional deste
museu e que a expectativa era a de receber uma média de 275 mil visitantes por
ano, 60% dos quais estrangeiros.
Instalado
numa caixa-forte de grandes dimensões construída para o efeito, na nova ala do
palácio, o museu foi inaugurado a 1 de junho de 2022, resultado de um projeto
museológico que envolveu a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), a
Associação de Turismo de Lisboa (ATL) e a Câmara Municipal de Lisboa.
De
acordo com Nuno Vale, em abril deste ano, passados 11 meses da abertura, o
Museu do Tesouro Real atingiu os 80869 visitantes - numa média de cerca de 7083
visitantes/mês ou 234 visitantes/dia - recebeu 346 grupos organizados e efetuou
36390 vendas na loja.
Segundo
o diretor executivo, numa resposta escrita a perguntas enviadas, por correio
eletrónico, pela agência Lusa, a grande maioria dos visitantes é nacional, mas
"o número de estrangeiros a visitar o museu tem-se acentuando significativamente
ao longo do tempo, e o passado mês de abril foi o de maior proporção de
estrangeiros desde sempre, com 34% das entradas, bem como o mês com maior
diversidade de nacionalidades".
Até
ao momento, e desde a abertura do museu, deram entrada 45 diferentes
nacionalidades, e o Brasil, Reino Unido, França, Espanha, Estados Unidos,
Itália, Japão e a Alemanha, por esta ordem, foram as nacionalidades mais
representadas de visitantes, responsáveis por 85% das visitas de estrangeiros,
indicou ainda.
A Nova Zelândia, a Austrália, o Peru, a Colômbia ou a Costa Rica são outras origens dos visitantes estrangeiros.
Questionado
sobre o alargamento da coleção, Nuno Vale indicou que "o museu continua a
apostar no enriquecimento, tendo sido adicionado o prato de 'água-às-mãos',
peça que faltava para completar o conjunto das 23 de prata de aparato usadas
nas cerimónias solenes da coroa portuguesa, e outras peças ainda serão
adicionadas no decorrer do corrente ano".
Uma
tiara com diamantes e safiras que pertenceu à rainha Maria II, e que foi
vendida em maio de 2021, em leilão, em Londres, por 1,3 milhões de euros, foi
uma das peças cedidas ao museu, onde esteve durante cerca de oito meses exposta
ao público.
O
Estado português tentou comprar a peça datada da década de 1840 no leilão, com
uma "notável safira birmanesa no centro", na descrição da leiloeira,
mas não conseguiu elevar as licitações além de 800 mil euros, disse, na altura,
à Lusa, o diretor do Palácio Nacional da Ajuda, José Alberto Ribeiro sobre
"a tiara mais antiga ligada à Casa Real portuguesa”.
Inaugurado
na sequência das obras de acabamento da ala poente do Palácio Nacional da
Ajuda, o Museu do Tesouro Real surgiu de um projeto trabalhado durante seis
anos, e o seu acervo está instalado numa das maiores caixas-fortes do mundo,
com 40 metros de comprimento, 10 metros altura e 10 de largura, num percurso de
três pisos.
A caixa-forte está munida com sofisticados equipamentos de segurança e videovigilância, e as peças estão resguardadas por vitrinas com controlo de temperatura, humidade e vidros à prova de bala, protegidas com portas blindadas de cinco toneladas.
Além
da exposição das peças, o museu gere um laboratório de conservação e restauro,
um serviço educativo e um espaço polivalente. In “Sapo 24”
– Portugal com “MadreMedia / Lusa”
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