Com
representantes do Brasil, Bolívia, Colômbia, Peru, Venezuela, Suriname, Guiana,
Equador e Guiana Francesa foi reinstalado nesta segunda-feira o Parlamento
Amazônico (Parlamaz). Criado há 32 anos, o grupo tem o objetivo de estabelecer
políticas integradas e estreitar as relações entre os países-membros na
discussão sobre as questões amazônicas, promovendo a cooperação e o
desenvolvimento sustentável da região Amazônica.
“A
nossa pauta principal neste momento é a proteção do nosso imenso patrimônio,
constituído pela Floresta Amazônica. São 7 milhões de quilômetros quadrados de
pura riqueza, a região de maior biodiversidade do planeta”, ressaltou o senador
Nelsinho Trad (PSD-MS), eleito por aclamação para presidir o Parlamaz. Em
reunião remota do colegiado hoje (21), Trad deu prazo até 21 de janeiro para
que os membros indiquem candidatos para a vice-presidência e apontamentos para
o plano de trabalho do grupo. A data da próxima reunião do Parlamento Amazônico
ainda não foi definida.
Criado
em 17 de abril de 1989, o Parlamaz funcionou por alguns anos, mas acabou
desmobilizado. A ideia de reativá-lo, depois de oito anos inativo, voltou em
2019, após uma reunião dos países-membros na Embaixada do Equador. Segundo
Nelsinho Trad, depois daquele encontro foram realizados debates decisivos para
a continuidade do projeto.
“Nossa
intenção é dar voz às populações nativas, oferecer não uma obra passageira, mas
uma contribuição definitiva que se perpetuará no tempo. A reinstalação do
Parlamaz significa um passo importante, e os resultados poderão impactar de
modo decisivo e firme o nosso futuro”, afirmou.
Para
o deputado colombiano Juan David Velez, outro grande desafio dos países-membros
é sugerir ações de proteção ao meio ambiente também de forma geral. “Para nós,
o Parlamaz trará sinergia para a região [Amazônica], visando ações que gerem
produtividade sustentável e riqueza. Não queremos seguir com a pobreza, e
precisamos tratar desse tema de modo responsável”, disse.
Uma
das representantes da Bolívia, a deputada Marta Ruiz Flores disse que o
parlamento boliviano está comprometido com a causa. Segundo ela, juntos, os
países do Parlamaz podem promover mudanças importantes para a sustentabilidade
do bioma amazônico.
Aquecimento global
Na
opinião do presidente da Assembleia Nacional da Guiana, Manzoor Nadir, o
aquecimento global tem trazido mudanças e consequências que não podem ser
medidas, mas que precisam ser combatidas. Ele chamou atenção para a
responsabilidade do Parlamaz em relação à legislação ambiental. “Estamos
falando de uma lei que tem um poder único de apresentar números e trazer
soluções. Nosso tempo de agir é agora”, disse.
O
deputado brasileiro Léo Moraes (Podemos-RO) disse que além de defender os
amazônidas, como indígenas e ribeirinhos, é fundamental que o grupo parlamentar
chame à participação todas as populações que habitam a área. “Temos que cuidar
e aliançar o interesse pelo desenvolvimento e pelo progresso pensando,
sobretudo, na nossa soberania. Ninguém melhor que os moradores e desbravadores
dessa região para nos transmitir as experiências inerentes a esse rincão e
estamos à disposição para promover esse bom debate”, disse.
Para
Carlos Alberto Lázare Teixeira, da Organização do Tratado de Cooperação
Amazônica (Otca), o Parlamaz é um canal de diálogo e cooperação entre os
legislativos desses países, fundamental para consolidar as políticas de Estado
necessárias à Amazônia.
Composição
Brasil:
senadores Nelsinho Trad (PSD-MS), Eduardo Braga (MDB-AM), Plínio Valério
(PSDB-AM), Paulo Rocha (PT-PA) e Telmário Mota (Pros-RR); e os deputados
Marcelo Ramos (PL-AM), Léo Moraes (Podemos-RO), Perpétua Almeida (PCdoB-AC) e
José Ricardo (PT-AM).
Bolívia:
Marta Ruiz Flores, Sara Kattya Condori, Carlos Hernán Arrien Aleiza, Alcira
Rodríguez, Ana Meriles e Genaro Adolfo Mendoza.
Colômbia:
Germán Alcides, Blanco Álvares, Harry Gonzalez, Henry Correal, Juan David
Velez, Maritza Martinez, Harold Valencia, Carlos Cuenca e Jorge Guevara.
Equador:
Fernando Flores, Carlos Cambala.
Guiana:
Manzoor Nadir.
Peru:
Gilmer Trujillo Zegarra.
Suriname:
Marinus Bee.
Venezuela:
María Gabriela Hernández Del Castillo, Romel Guzamana. In “Mundo
Lusíada” – Brasil com “EBC”
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