Lisboa
– A Guiné Equatorial vai acolher em Malabo de 14 a 16 de Fevereiro a primeira
“Cimeira de Negócios” da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP),
desde que aderiu à organização em 2014, anunciou a embaixada equato-guineense em
Lisboa.
A
cimeira, patrocinada pelo Governo equato-guineense e pelo secretariado
executivo da CPLP, e organizada pela Confederação Empresarial da CPLP, tem como
objectivo “impulsionar, desenvolver e fortalecer a cooperação económica e
empresarial” entre os Estados-membros da organização dos países de língua
portuguesa e observadores associados.
Segundo
um comunicado da embaixada equato-guineense, o encontro da CPLP deverá levar “à
Guiné Equatorial grandes empresas de todos os nove países, espalhados por
quatro continentes”.
Empresas
dos sectores do petróleo e gás, indústria, pesca, agricultura, transformação
alimentar, meio ambiente, turismo, transportes, saúde e formação dos nove
países da CPLP vão ter acesso a um menu de “oportunidades de negócio no país”,
a ser apresentado pelo governo anfitrião, assim como conhecer as instituições
locais de suporte ao investimento internacional, ainda segundo o texto.
A
queda dos preços do petróleo, em consequência da violenta quebra de consumo
mundial provocada pela pandemia de covid-19, teve um forte impacto na economia
da Guiné Equatorial, que em Agosto remodelou o Governo, e em Outubro substituiu
o ministro das Finanças, como recurso de combate à crise, assumido pelo próprio
Presidente Teodoro Obiang Nguema.
O
chefe de Estado declarou na altura ter sido obrigado “a tomar medidas rigorosas
para mitigar os efeitos de uma grave recessão económica e prevenir a
instabilidade política e social”.
Obiang
sublinhou então que “razões económicas” justificaram a dissolução do Governo
anterior e que o novo executivo – ainda que fundamentalmente com o mesmo elenco
– devia “procurar soluções específicas e viáveis para resolver os actuais
problemas enfrentados pelos países do mundo e os problemas económicos”.
A
consultora Economist Intelligence Unit (EIU) considerou no início do quarto
trimestre deste ano que a Guiné Equatorial vai necessitar de mais ajuda
financeira além do programa do Fundo Monetário Internacional (FMI), antevendo
uma queda de 5,5% no PIB em 2021.
“Antevemos
que a Guiné Equatorial vá pedir mais assistência além do seu actual pacote de
financiamento, e cumprir as condições prévias de financiamento dos credores
será uma das principais prioridades políticas, com o Governo a tentar encontrar
maneiras de gerir o forte choque nas receitas causado pela pandemia”,
escreveram os peritos da unidade de análise económica da revista britânica The
Economist.
Numa
nota sobre a economia do país enviada aos clientes, os analistas da EIU
estimaram que a Guiné Equatorial enfrentará uma recessão de 12,7% do PIB este
ano e que em 2021 a economia volte a quebrar, ao contrário do que prevê o FMI,
que antecipa um crescimento da economia equato-guineense no próximo ano.
Desde
a sua independência de Espanha, em 1968, a Guiné Equatorial tem sido
considerada pelos grupos de direitos humanos como um dos países mais
repressivos do mundo, devido a alegações de detenção e tortura de dissidentes e
de fraude eleitoral.
Obiang,
que tem liderado o país desde 1979, quando derrubou o seu tio, Francisco
Macias, num golpe de Estado, é o Presidente em funções há mais tempo em todo o
mundo.
A
Guiné Equatorial integra a CPLP desde 2014, que é ainda composta por Angola,
Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e
Timor-Leste.In “Inforpress” – Cabo Verde com “Lusa”
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