O país conta com a primeira Academia de Ciências, proclamada ontem, em Luanda, com vista a contribuir para o desenvolvimento humano, crescimento económico, justiça e protecção do ambiente no país, na região e no mundo
Na
ocasião, o Vice-Presidente da República, Bornito de Sousa, considerou histórica
a cerimónia de proclamação da primeira Academia Angolana de Ciências que a
encarou como uma componente que terá um papel decisivo na promoção de estudos
científicos relevantes para a sociedade, com garantia de prestígio, rigor científico
e excelência, em cooperação com os melhores do mundo.
Bornito
de Sousa considerou que a academia surge num momento de crescente afirmação de
Angola na arena internacional, devido ao seu papel cada vez mais activo e
relevante a nível das relações bilaterais e das instituições multilaterais,
como a SADC, CEEAC, CPLP, União Africana e ONU.
"O
gosto pelas ciências deve ser estimulado desde a tenra idade e às primeiras
classes”, defendeu o Vice-Presidente, para quem países que são, hoje, exemplos
de sucesso em termos de desenvolvimento económico e social e empregabilidade
jovem privilegiaram as Ciências Exactas, as Tecnologias e o Empreendedorismo.
Disse
ser esta a perspectiva do Plano Nacional de Formação de Quadros de Angola e, de
uma maneira geral, de todos os instrumentos que servem de linha de orientação
dos diferentes actores do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação.
Como apoio, citou a Estratégia de Longo Prazo 2020-2025, que está a ser
estendida para 2050, o Plano de Desenvolvimento Nacional 2018-2022 e a Política
Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação.
A
nível regional e internacional, realçou o Protocolo da SADC sobre Ciência e
Tecnologia (2008), a Estratégia de Ciência, Tecnologia e Inovação para a África
2024 (STISA 2024), a Estratégia de Desenvolvimento de África 2063 e os
Objectivos de Desenvolvimento Sustentável 2030.
Objectivos da academia
A
Academia Angolana de Ciências definiu, entre os principais objectivos,
promover, reconhecer e premiar a excelência científica, a consciencialização
pública do valor da ciência no desenvolvimento sustentável, a divulgação do
conhecimento científico e emitir pareceres científicos ao Executivo sobre a
elaboração de políticas públicas e outros assuntos.
Para
o Vice-Presidente da República, com aquelas competências, a academia chama a si
a grande responsabilidade de contribuir, com a sua chancela e com o douto saber
científico dos seus membros, para a abordagem dos problemas locais e globais,
actuais e futuros.
"É
justo assinalar os objectivos nobres que norteiam esta agremiação, que há muito
se fazia necessária como sujeito activo da promoção e divulgação do
conhecimento científico em Angola e parceiro privilegiado dos decisores
políticos, a nível dos órgãos centrais do Estado e da administração local e
autárquica”.
Para
o governante, é importante que se continue a investir em programas de
desenvolvimento de talentos e modelos de aprendizagem que estimulem a
competência e o sentido crítico. Defendeu, igualmente, "a formação de
crianças de hoje que vão construir a Angola de 2050 e da 4ª Revolução
Industrial, a partir da realidade actual do país".
A
ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria do Rosário
Sambo, considerou que a academia vai ser um parceiro fundamental do Executivo
para as políticas relacionadas com a ciência. Maria do Rosário Sambo garantiu o
apoio do Executivo para a implementação da Academia Angolana de Ciências, pois
se enquadra no objectivo do programa de melhoria de qualidade do ensino
superior e de investigação científica e tecnológica.
Adesão à academia
O
processo de candidatura a membro da academia teve início a 15 de Novembro e
encerra no dia 31 deste mês, informou o coordenador da instituição. Emanuel
Catumbela disse que as pessoas interessadas devem preencher os requisitos
previstos nos estatutos da academia, entre os quais ter o doutoramento, um
número mínimo de artigos publicados em revistas nacionais ou estrangeiras,
experiência em gestão de ciência e ser membro do conselho científico de um
congresso. Manuela Gomes – Angola in “Jornal
de Angola”
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