Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Portugal - Quadro da filha de D. João V doado ao Convento de Mafra

A Associação dos Amigos do Convento de Mafra anunciou esta semana que vai doar ao Palácio uma pintura do século XVIII, retratando Maria Bárbara de Bragança, depois de ter lançado uma campanha de recolha de donativos para o efeito


Bueno de Matos, presidente da associação, disse à agência Lusa que os chamados ‘Guardiões do Convento’ conseguiram a verba suficiente, 5925 euros, para comprar a pintura, e vão doá-la na segunda-feira ao Palácio Nacional de Mafra, para ficar exposta na sala D. João V.

Lançada no início de novembro, a campanha contou com o apoio de 60 mecenas, adiantou, destacando as iniciativas para a recolha de fundos do Agrupamento de Escolas da Venda do Pinheiro e da Escola Básica e Secundária Hélia Correia, através das quais foram angariados, respetivamente, 1000 euros e 700 euros.

A pintura a óleo sobre tela, do mestre italiano Jacopo Amiconi, estava à venda numa leiloeira nacional, pelo valor de 5925 euros.

A associação justificou a compra da pintura por o nascimento de Maria Bárbara de Bragança “poder ter sido o pretexto para a construção do palácio, uma vez que o seu pai, D. João V, terá feito a promessa de edificar o convento em caso de ser pai”.

Maria Bárbara, nascida a 04 de dezembro de 1711, foi a primeira filha do rei João V, depois de o bispo Nuno da Cunha solicitar ao frade franciscano Frei António de S. José que dirigisse as suas orações a Deus, pedindo um herdeiro para o rei, que não aparecia ao fim de três anos de casamento, segundo reza a tradição.

Se o rei construísse um convento em Mafra, Deus dar-lhe-ia o sucessor, pelo que, concretizada a profecia, o rei lançou a primeira pedra a 17 de novembro de 1717.

O palácio só possuía uma pequena pintura, de menor qualidade, da infanta ainda jovem, reforçando assim a importância da aquisição do retrato, com a dimensão de 130 por 100 centímetros.

Datado do século XVIII, o Palácio Nacional de Mafra, mandado construir por João V, com a riqueza resultante do ouro vindo do Brasil, é um dos mais importantes monumentos representativos do barroco em Portugal, sendo por isso um exemplo de afirmação do poder real.

Possui importantes coleções de escultura italiana, de pintura italiana e portuguesa, uma biblioteca única, bem como dois carrilhões, seis órgãos históricos e um hospital do século XVIII.

Com a deslocação da família real para o Brasil, no final de 1807, várias peças de arte foram levadas e não regressaram, motivo pelo qual a decoração atual do monumento não é, na sua maioria, a original.

No acervo do palácio, têm sido incorporadas peças oriundos de depósitos de diversos museus e palácios, doações e aquisições.

Jacopo Amiconi nasceu em 1682, em Veneza (Itália), e morreu em 1752, em Madrid (Espanha).

Pintor de temas mitológicos e religiosos, foi também retratista.

Trabalhou na Alemanha, Inglaterra, Itália e Espanha, para onde foi em 1747, tendo sido pintor régio de Fernando VI e diretor da Real Academia de San Fernando. In “Bom dia Europa” – Luxemburgo com “Lusa”



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