Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

domingo, 7 de junho de 2020

Um resto de tudo
















Vamos aprender português, cantando


Desce p'la avenida, a lua nua…
E vagando à sorte dormita nas ruas…
Faz-se de esquecida, minha e tua
deixando um rasto, que nos apazigua.

Entra pela vitrina, surrealista
faz malabarismo a ilusionista.
Ilumina o céu, que nos devora,
já se sente o frio, está na hora, de irmos embora

Sou um ser que odeias mas que gostas de amar,
como um barco perdido, à deriva do mar
a vida que levas de novo outra vez
um mundo que gira sempre a teus pés.

Sou a palavra amiga, que gostas de ouvir,
a sombra esquecida que te viu partir,
a noite vadia, que queres conhecer,
sou mais um dos homens que te nega e dá prazer.

Sou a voz da tua alma que te faz levitar,
o átrio da escada para tu te sentares,
sou as cartas rasgadas que tu não lês
a tua verdade, mostrando quem és.

Sou um ser que odeias mas que gostas de amar,
como um barco perdido, à deriva no mar
a vida que levas de novo outra vez
um mundo que gira sempre a teus pés.

Sou a palavra amiga, que gostas de ouvir,
a sombra esquecida que te viu partir
a noite vadia, que queres conhecer,
sou mais um dos homens que te nega e dá prazer.

A voz de tua alma que te faz levitar,
o átrio da escada para tu te sentares,
sou as cartas rasgadas que tu não lês
a tua verdade, mostrando quem és.

...um resto de tudo, que possa existir, mostrando quem és, o resto do mundo…

João Pedro Pais - Portugal


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