O
São João foi ontem celebrado no bairro português em Malaca, Malásia. E para a
semana está prometida a festa do São Pedro, apesar de este ano as celebrações
serem mais restritas devido à Covid-19.
“Apesar
da atual pandemia mundial”, frisou à Lusa Joseph Santa Maria, os
lusodescendentes do bairro português em Malaca “vão fazer as suas celebrações
tradições do San Juang (São João) e do San Pedro (São Pedro)”, tradição que
“remonta há vários séculos, introduzida pelos portugueses”.
Os
cerca de mil a dois mil lusodescendentes em mais de 110 casas vão acender velas
“na frente das casas hoje à noite”, garantiu o representante da minoria
luso-malaia perante o estado de Malaca.
Além
disso, sublinhou Joseph Santa Maria, “as tradições também incluem crianças
vestidas com roupas verdes”, uma cor que representa a “pureza das crianças”.
Já
na próxima semana, em 29 de junho, é assinalado o São Pedro.
“Estamos
a planear algo também com o apoio do Governo para permitir que as restrições da
Covid-19 sejam agora um pouco mais flexíveis. Esperamos ter um programa de uma
hora, em particular a bênção dos barcos de pesca, que é feita todos os anos”,
afirmou.
No
ano passado, o então secretário de Estado das Comunidades Portugueses, José
Luís Carneiro, participou na procissão e bênção dos barcos de pesca, dois
eventos que juntam centenas de luso-malaios no Bairro Português da cidade, após
ter marcado presença na 2ª Conferência das Comunidades Portuguesas na Ásia.
Em
2019, o encontro juntou no Bairro Português de Malaca representantes das
comunidades asiáticas descendentes de portugueses, numa iniciativa de partilha
das raízes culturais, com cerca de 300 luso-asiáticos, de várias comunidades do
continente.
A
relação de Portugal com Malaca remonta a 1509 quando Diogo Lopes Sequeira,
enviado do Rei D. Manuel, aportou em Malaca para estabelecer relações com o
soberano local e dois anos mais tarde Afonso de Albuquerque desembarcou em
Malaca, demoliu a Grande Mesquita, e levantou no local uma fortaleza que seria
um importante entreposto comercial.
Na
mesma altura surge o crioulo de matriz portuguesa kristang, uma língua agora
ameaçada de extinção, que emprega a maior parte do seu vocabulário do
português, mas a sua estrutura gramatical é semelhante ao malaio e extrai as
suas influências dos dialetos chinês e indiano.
Depois
de 100 anos de domínio português, a cidade foi tomada pelos holandeses, depois
pelos ingleses, até à independência da Malásia, em 1957. In “Mundo
Português” - Portugal
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