Lisboa
– Os representantes dos Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP) deram o aval aos processos de candidatura da Índia e Irlanda
a observadores associados, o que será depois avaliado na cimeira da
organização.
“Registamos
com apreço os pedidos da Irlanda e da Índia”, afirmou o embaixador de Cabo
Verde, país que detém a presidência rotativa da CPLP, após uma reunião do
Comité de Concertação Permanente (CCP), que reúne os representantes dos
Estados-membros da organização.
Agora,
a decisão sobre a entrada dos dois países como observadores associados compete
aos chefes de Estado e de Governo, que deverão reunir-se na cimeira da CPLP,
prevista para Julho do próximo ano em Luanda, Angola.
“O
CCP deu o aval para se prosseguir com os processos de candidatura da Índia e da
Irlanda a países observadores associados” e “sem nenhuma objecção”, reforçou
Eurico Monteiro.
No
total, com estes dois países, já serão 11 as candidaturas a observadores
associados que irão à próxima cimeira: Estados Unidos da América, Espanha,
Índia, Irlanda, Grécia, Costa do Marfim, Peru, Qatar, Roménia, Organização
Europeia de Direito Público (EPLO, na sigla em inglês) e Secretaria-geral
Ibero-Americana.
A
manifestação de interesse da Índia foi apresentada em Maio último e a da
Irlanda em Abril, adiantaram fontes diplomáticas à Lusa.
Em
Dezembro de 2019, o primeiro-ministro português, António Costa, afirmou à
agência Lusa que o seu homólogo indiano, Narendra Modi, lhe comunicou a decisão
da Índia de requerer o estatuto de país observador associado da CPLP.
“Estamos
perante uma excelente notícia. Tenho a certeza que todos os países da CPLP irão
acolher como muito positivo esse reconhecimento da parte da Índia sobre a
importância geoestratégica, política e cultural de um espaço que percorre todos
os continentes e que reúne cerca de 260 milhões de habitantes”, declarou na
altura o primeiro-ministro português.
Já
em Fevereiro deste ano, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa,
pouco depois de ter aterrado em Nova Deli, também para uma visita de Estado
àquele país, disse que a entrada da Índia na CPLP com o estatuto de membro
associado iria concretizar-se na próxima cimeira da organização.
Os
Estados que pretendam adquirir o estatuto de observador associado terão de
partilhar os princípios orientadores da CPLP, designadamente no que se refere à
promoção das práticas democráticas, à boa governação e ao respeito dos direitos
humanos, e prosseguir através dos seus programas de governo objectivos idênticos
aos da CPLP, mesmo que, à partida, não reúnam as condições necessárias para
serem membros de pleno direito daquela organização, segundo o ‘sítio’ oficial
daquela comunidade.
Os
observadores associados podem participar, sem direito a voto, nas cimeiras e no
conselho de ministros, sendo-lhes facultado o acesso à correspondente
documentação não confidencial, podendo ainda apresentar comunicações desde que
devidamente autorizados para o efeito. Além disso, podem ser convidados para
reuniões de carácter técnico.
Porém,
qualquer Estado-membro da CPLP poderá, caso o julgue oportuno, solicitar que
uma reunião tenha lugar sem a participação de observadores.
Actualmente,
a CPLP conta com 18 países observadores associados e uma organização, que é a
OEI – Organização de Estados Ibero-Americanos.
Os
Estados-membros da CPLP são Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné
Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. In “Inforpress”
– Cabo Verde com “Lusa”
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