O filme “A metamorfose dos pássaros”, da realizadora
portuguesa Catarina Vasconcelos, distinguido com o Prémio Especial do Júri do
Festival de Cinema de Taipé, em Taiwan, anunciou a agência Portugal Film
“Depois
de ter vencido o Prémio da Crítica Internacional – FIPRESCI, na Berlinale, onde
teve a sua estreia mundial, e o Prémio do Melhor Filme no Festival
de Vilnius, na Lituânia, a primeira longa-metragem da
realizadora Catarina Vasconcelos venceu o Prémio Especial do Júri no Festival
de Cinema de Taipé, o mais importante festival de cinema de Taiwan”, refere a
Portugal Film, num comunicado divulgado.
“A
metamorfose dos pássaros”, a primeira longa-metragem de Catarina Vasconcelos,
estava integrada na competição ‘New Talent’ (Novo Talento, em português), que
inclui 12 filmes “que revelam novos cineastas”.
Catarina
Vasconcelos, citada no comunicado da Portugal Film, recebeu “com enorme
felicidade a notícia do Prémio Especial do Júri” do Festival de Cinema de
Taipé, que começou na quinta-feira e termina em 7 de julho.
“Pensar
que este filme tão pessoal chegou até Taipé já era uma enorme alegria. Mas
talvez a maior alegria seja o perceber que não há fronteiras no pensamento da
morte e das memórias”, afirmou.
Segundo
a Portugal Film, “A metamorfose dos pássaros” já foi selecionado “para mais de
20 festivais internacionais, nos Estados Unidos, Rússia, Espanha, Grécia,
Coreia, Canadá, Polónia, Brasil, México, Austrália, Itália, entre outros”. Além
disso, “o filme também já foi vendido no território chinês, onde terá estreia
comercial”.
Em
Portugal, a primeira ‘longa’ de Catarina Vasconcelos será exibida no festival
IndieLisboa, que decorre entre 25 de agosto e 5 de setembro, integrado na
competição nacional.
Catarina
Vasconcelos, 33 anos, demorou-se seis anos na criação deste filme, depois de
ter feito a primeira curta-metragem, “Metáfora ou a tristeza virada do avesso”
(2013), em contexto académico em Londres.
Os
dois filmes aproximam-se em aspetos formais e temáticos e interligam-se porque
Catarina Vasconcelos filmou a família, abordando a relação dos pais e a morte
da mãe, na curta-metragem, e a história de amor dos avós e a morte da avó
paterna – que nunca conheceu -, na longa-metragem.
“Eu
queria que [o filme] fosse sobre esta família, mas que pudesse falar com outras
pessoas. […] O tempo que ele demora é quase o tempo que eu demoro a conseguir
sair de mim para chegar aos outros. Consegui libertar-me da minha família e do
medo de inventar sobre eles, para poder inventar à vontade. Isso foi muito
importante”, contou em entrevista à agência Lusa.
É
por isso que Catarina Vasconcelos apresenta “A metamorfose dos pássaros” como
um ‘documentário-ficção’, um filme que está no meio, um “híbrido de formas”
baseado nas memórias das infâncias e juventudes da família e preenchido pela
ficção.
Sobre
este filme, Catarina Vasconcelos fala de “um processo altamente íntimo e
pessoal”, na conjugação da montagem de som e imagem, devedora de uma relação
que a realizadora tem com as artes plásticas e descrita como “uma coisa muito
analógica, de bricolagem”.
Há
planos que parecem pinturas ou fotografias animadas, composições visuais
encenadas e metafóricas, cheias de simbolismos, sobre a passagem do tempo e
sobre a omnipresença da natureza.
“Todo
este lado que vem mais das artes plásticas foi muito importante e o filme não
podia ter sido construído noutro sítio. Foram as soluções que encontrei para
dar resposta a coisas que eu sentia”, explicou.
“A
metamorfose dos pássaros” foi produzido por Pedro Duarte e Joana Gusmão, com
apoio financeiro do Instituto do Cinema e do Audiovisual, da RTP e da Fundação
Calouste Gulbenkian. In “Bom dia Europa” – Luxemburgo com “Lusa”
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