Os cidadãos angolanos residentes em Portugal já podem
tratar ou renovar o Bilhete de Identidade e o Registo Criminal a partir de ontem,
com a abertura do posto fixo e permanente em Lisboa
A
informação foi ontem confirmada pelo secretário de Estado para a Cooperação
Internacional e Comunidades Angolanas, Domingos Custódio Vieira Lopes.
Em
declarações ao Jornal de Angola, o responsável garantiu que todas as condições
estão criadas para a recolha de dados biométricos para o referido documento.
Domingos
Custódio Vieira Lopes explicou que o Consulado em Lisboa vai atender por
marcação, com um limite diário de 30 cidadãos, para se cumprir as medidas de
biossegurança.
Para
o efeito, disse, estarão em condições de tratar o Bilhete de Identidade os
cidadãos nacionais residentes em Portugal, desde que apresentem os documentos
exigidos, nomeadamente o registo consular, fotocópias de documentos angolanos
válidos que permitam aferir que são cidadãos nacionais.
O
secretário de Estado explicou que o processo é definitivo. “Já não haverá
necessidade de as pessoas se deslocarem para Luanda para tratarem estes
documentos”, sublinhou. Depois desta fase, acrescentou, o processo vai se
estender aos países vizinhos e outros países africanos onde existe uma
comunidade bastante significativa, estendendo-se, depois, para outras regiões.
“É
um trabalho que vai ser definitivo. Da mesma forma como tratamos os
passaportes, vamos fazê-lo com os Bilhetes de Identidade”.
Domingos
Custódio Vieira Lopes recordou que a abertura do Posto, inicialmente prevista
para Março, foi adiada devido ao surto do novo coronavírus. O secretário de
Estado reafirmou que a máquina está preparada há algum tempo e os testes foram
realizados em conexão com Luanda. Foram realizadas formações no mês de Março
para os funcionários que trabalham nas áreas consulares.
A
vice-cônsul para os Registos Notariais, Alda Candeia, explicou que para se
tratar o BI pela primeira vez o cidadão deve ter a inscrição consular válida,
documento de identificação de um dos progenitores, atestado de residência
emitido pelas autoridades locais, cópia integral do assento de nascimento ou de
baptismo efectuado até 31 de Maio de 1963.
Para
o secretário-geral da AMANGOLA em Portugal, Carlos Gonçalves, o processo vem
demonstrar o valor e reconhecimento do Governo à diáspora angolana em Portugal.
Passo importante
Para
Creusa Fernandes, estudante residente em Portugal há mais de 20 anos, a medida
vai facilitar a vida dos emigrantes em Portugal, porque muitos não conseguiam
tratar o BI por falta de condições de regressar ao país para renovar ou tratar
esse documento.
A
estudante considerou o processo um “passo importante”. “É sempre bom termos a
nossa documentação válida, mesmo estando fora do território nacional, porque é
a nossa identidade e o único documento que o atesta é o Bilhete de Identidade”,
salientou. Para Leonardo Nascimento, residente em Portugal há muitos anos, este
passo do Governo vai facilitar bastante a vida dos angolanos, conferindo-lhes o
direito de cidadania. “É com grande satisfação que verifico a clara
desburocratização e um maior acesso aos serviços do Estado angolano”, disse. In “Angola
24 Horas” - Angola
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