A agência quer garantir sobrevivência das crianças e
evitar que a situação nutricional piore, cerca de 232 mil menores de cinco anos
sofrem de desnutrição, a região teve recorde nacional de temperaturas altas dos
últimos 45 anos
A
seca no sul de Angola fez subir para mais de 56 mil, o número de famílias que
enfrentam insegurança alimentar. Em tempos de pandemia, o Fundo das Nações
Unidas para a Infância, Unicef, anunciou a entrega de 9,6 mil caixas de
suplementos nutricionais a quatro províncias.
Para
a agência, é essencial garantir que continuem os serviços para apoiar a
sobrevivência da criança, incluindo o tratamento da desnutrição. Outra meta é
evitar o piorar da situação nessas áreas como contou à ONU News a especialista
em nutrição da Unicef em Angola, Fanceni Balde.
Governos locais
“Irão
fortalecer o funcionamento das 28 unidades especiais e nutrição e das 210
unidades sanitárias, que têm unidades de tratamento em ambulatório nas
províncias de Cuando Cubango, Cunene, Huíla e Namibe. Estes donativos são de
grande importância para o combate das formas mais diversas de desnutrição e dos
efeitos da seca nas comunidades mais vulneráveis prevenindo um futuro
agravamento da situação nutricional e aumentando a resiliência das comunidades
mais afectadas.”
A
entrega dos suplementos nutricionais, anunciada esta segunda-feira, pretende
reforçar os programas contra a desnutrição e as actividades dos governos
locais. Mais de 10 mil crianças menores de cinco anos já beneficiam destas
entregas.
A
agência informou que o apoio à resposta do governo para a emergência tem
impacto em sectores como a saúde, nutrição, água, saneamento e higiene,
proteção da criança, mudança de comportamento e envolvimento comunitário.
Este
ano, mais de 300 técnicos de saúde foram capacitados para fornecer serviços de
desnutrição aguda. Áreas como aconselhamento em alimentação infantil e suplementação
com micronutrientes para pais e encarregados de crianças pequenas também fazem
parte da ajuda.
Em
2019, a ONU e parceiros ajudaram a identificar e tratar cerca de 232 mil
crianças menores de cinco anos sofrendo de desnutrição.
Prevenção e rastreio
Este
ano, cerca de 16 mil menores de cinco anos devem ter acesso à prevenção e ao
rastreio da desnutrição aguda. Outros 12 mil menores em idade escolar
beneficiarão de desparasitação e suplementação com micronutrientes.
O
impacto das secas cíclicas é mais severo nas zonas semiáridas do Cunene, da
Huíla e do Namibe. A situação piorou com a falta de chuvas no ano passado, que
seguiu a tendência do último triénio. Esse período registou um recorde de
temperaturas altas dos últimos 45 anos na região.
Um
inquérito nutricional aponta ainda uma prevalência de desnutrição aguda de
13,6% em crianças menores de cinco anos na província da Huíla. Cerca de 3% das
crianças da área correm o risco de morrer devido à desnutrição aguda severa.
No
Cunene, 12,9% enfrentam esta condição e 1,7% poderão perder a vida se não forem
atendidas.
Em
Angola, a seca afeta mais de 2,3 milhões de pessoas, incluindo 491 mil crianças
com menos de cinco anos. ONU News – Nações Unidas
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