Madalena Fonseca inaugura hoje a exposição “O Sono”, tema
que trabalha há três anos e que vê agora a luz do dia com um conjunto de
pinturas a óleo sobre a tela e madeira. Inspirada na mitologia grega, a pintora
nascida em Moçambique disse que gostaria de poder transmitir algo às pessoas
através dos seus trabalhos
Chama-se
“O Sono” e é uma exposição que reúne cerca de duas dezenas de trabalhos da
pintora Madalena Fonseca, concebidos sobretudo a óleo sobre a tela, mas também
na madeira, explicou a artista ao Ponto Final. A exposição, inaugurada hoje na
Casa de Vidro do Tap Seac, integra o programa oficial das comemorações do Dia
de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
Uma
noite de sono traz a promessa de enfrentar o dia seguinte de uma forma
renovada, mas também pode transportar aquele que dorme para um outro universo
completamente oposto à realidade. Em “O Sono”, a pintora Madalena Fonseca
procura representar essa ligação de acordo com a sua própria visão,
inspirando-se também na mitologia grega. “O sono é um estado em que a pessoa
está completamente sem defesas, e ver alguém a dormir parece que é uma sensação
em que se está a assistir a qualquer coisa que, ao mesmo tempo, é o que se
passa quando a pessoa está a criar qualquer coisa também”, começou por explicar
a artista ao Ponto Final.
A
exposição conta com perto de 20 trabalhos que vêem a luz do dia pela primeira
vez, com a excepção de uma obra que já tinha sido exposta na Creative Macau.
São o reflexo de cerca de três anos de trabalho e elaborados com óleo sobre a
tela, na sua maioria, mas também óleo sobre a madeira.
Relativamente
à influência da mitologia grega nos seus trabalhos, a artista conta que é algo
que a “acompanha sempre” e que, por isso, está muito patente nas suas obras. “É
uma fonte inesgotável, vou sempre lá beber, e sem dar por isso vejo-me sempre a
recorrer à mitologia grega. Acho que a arte ajuda-nos sempre na nossa vida,
pelo menos para mim, salva-nos um pouco, e a mitologia grega ajuda-me a
iluminar certos factos da nossa vida”, explicou.
Os
seus netos apresentam-se como figuras principais na maioria das obras, mas a
artista elaborou também um trabalho com uma criança que fotografou a dormir no
chão no Camboja. “Tristemente, pareceu-me. Mas pode ser que no sono esteja
feliz. A olhar para o mundo todo…”, referiu.
A
exposição “O Sono” inaugura-se hoje na Casa de Vidro do Tap Seac. Questionada
sobre se tem alguma mensagem para aqueles que visitam a mostra, Madalena
Fonseca diz apenas que ficaria satisfeita por ver as pessoas a dedicarem alguns
momentos a observar cada peça. “E se conseguir transmitir alguma coisa, para
mim seria óptimo”, concluiu a artista, que lecciona cursos de pintura, desenho
e gravura na Escola de Artes e Ofícios da Casa de Portugal em Macau.
“O
Sono” irá estar em exibição até 28 de Junho. Pedro Santos – Macau in “Ponto
Final”
pedrosantos.pontofinal@gmail.com
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