Inserida no programa de “Junho, mês de Portugal”, a
exposição de pintura de António Mil-Homens inaugura-se esta quinta-feira na
Casa Garden. A mostra conta com um total de 45 obras a acrílico, a preto e
branco, e surge da reflexão do artista no actual contexto da pandemia da
Covid-19
A
exposição “Monochrome” inaugura-se no próximo dia 18 de Junho, às 18h00, na
Casa Garden, e apresenta o trabalho de pintura desenvolvido nos últimos meses
pelo fotógrafo António Mil-Homens. As 45 obras a acrílico, a preto e branco,
são o resultado da primeira incursão do autor na pintura, naquele que é o seu
primeiro projecto nesta área. O título da exposição resulta da opção estética
de não utilizar cor, apenas preto e branco.
“Como
o título indica, não houve cor, portanto, são pinturas a acrílico a preto e
branco, que são as duas tintas que uso, para além de todas as qualidades de
cinzento que podem aparecer de premeio”, começou por explicar António
Mil-Homens ao Ponto Final, acrescentando que este projecto de pintura esteve
adiado durante décadas, e que só agora foi materializado devido à actual
conjuntura.
“O
projecto da pintura vinha sendo adiado há décadas e décadas. Eu devia ter ido a
Portugal a 18 de Março, para lá ficar dois meses, mas não pude viajar e, não
podendo ir, pensei que era altura de começar a pintar”, confessou o fotógrafo,
assinalando que “o trabalho de fotografia está uma completa desgraça” devido à
actual situação em Macau.
Questionado
sobre a razão pela qual optou pelo preto e branco, António Mil-Homens indicou
que foi uma questão estilística. “Esta questão do preto e branco ocorreu-me. É
um pouco uma analogia em relação à fotografia a preto e branco, e faz parte de
um estilo, de uma imagem que pretendo afirmar no que toca à minha criatividade
nesta área da pintura”.
Sobre
as 45 obras que vai expor pela primeira vez, na Casa Garden, o artista revelou
que não ficou satisfeito com as primeiras experiências em pincel, e que foi na
espátula que encontrou uma técnica mais confortável. “Diria que a minha obra é
essencialmente abstracta, mas, por vezes, surge uma vontade de uma certa
figuração. Depois de o primeiro quadro – que, aliás, é aquele de que eu não
gosto -, ter sido feito numa tela pequena a usar o pincel, percebi que não era
aquilo que eu queria instintivamente. Rebuscando na memória lembrei-me de uma
reprodução para catálogo de obras de pintura de diferentes autores do passado
e, de repente, ocorreu-me um ou outro que usava a espátula, e por isso
experimentei. Assumidamente gostei do ‘stroke’ naquilo que resulta da utilização
da espátula”, disse.
A
exposição apresenta-se ao público entre 19 de Junho e 30 de Julho. Em relação
ao seu trabalho em pintura, António Mil-Homens assumiu também que, “se calhar,
toda esta situação do confinamento pode estar reflectida nalguns dos trabalhos
e se calhar tem a sua razão, infelizmente, se calhar as coisas são
interiorizadas e de repente saem”. Eduardo Santiago – Macau in “Ponto
Final”
eduardosantiago.pontofinal@gmail.com
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