Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

terça-feira, 16 de junho de 2020

Macau – Exposição de pintura de António Mil-Homens na Casa Garden

Inserida no programa de “Junho, mês de Portugal”, a exposição de pintura de António Mil-Homens inaugura-se esta quinta-feira na Casa Garden. A mostra conta com um total de 45 obras a acrílico, a preto e branco, e surge da reflexão do artista no actual contexto da pandemia da Covid-19



A exposição “Monochrome” inaugura-se no próximo dia 18 de Junho, às 18h00, na Casa Garden, e apresenta o trabalho de pintura desenvolvido nos últimos meses pelo fotógrafo António Mil-Homens. As 45 obras a acrílico, a preto e branco, são o resultado da primeira incursão do autor na pintura, naquele que é o seu primeiro projecto nesta área. O título da exposição resulta da opção estética de não utilizar cor, apenas preto e branco.

“Como o título indica, não houve cor, portanto, são pinturas a acrílico a preto e branco, que são as duas tintas que uso, para além de todas as qualidades de cinzento que podem aparecer de premeio”, começou por explicar António Mil-Homens ao Ponto Final, acrescentando que este projecto de pintura esteve adiado durante décadas, e que só agora foi materializado devido à actual conjuntura.

“O projecto da pintura vinha sendo adiado há décadas e décadas. Eu devia ter ido a Portugal a 18 de Março, para lá ficar dois meses, mas não pude viajar e, não podendo ir, pensei que era altura de começar a pintar”, confessou o fotógrafo, assinalando que “o trabalho de fotografia está uma completa desgraça” devido à actual situação em Macau.

Questionado sobre a razão pela qual optou pelo preto e branco, António Mil-Homens indicou que foi uma questão estilística. “Esta questão do preto e branco ocorreu-me. É um pouco uma analogia em relação à fotografia a preto e branco, e faz parte de um estilo, de uma imagem que pretendo afirmar no que toca à minha criatividade nesta área da pintura”.

Sobre as 45 obras que vai expor pela primeira vez, na Casa Garden, o artista revelou que não ficou satisfeito com as primeiras experiências em pincel, e que foi na espátula que encontrou uma técnica mais confortável. “Diria que a minha obra é essencialmente abstracta, mas, por vezes, surge uma vontade de uma certa figuração. Depois de o primeiro quadro – que, aliás, é aquele de que eu não gosto -, ter sido feito numa tela pequena a usar o pincel, percebi que não era aquilo que eu queria instintivamente. Rebuscando na memória lembrei-me de uma reprodução para catálogo de obras de pintura de diferentes autores do passado e, de repente, ocorreu-me um ou outro que usava a espátula, e por isso experimentei. Assumidamente gostei do ‘stroke’ naquilo que resulta da utilização da espátula”, disse.

A exposição apresenta-se ao público entre 19 de Junho e 30 de Julho. Em relação ao seu trabalho em pintura, António Mil-Homens assumiu também que, “se calhar, toda esta situação do confinamento pode estar reflectida nalguns dos trabalhos e se calhar tem a sua razão, infelizmente, se calhar as coisas são interiorizadas e de repente saem”. Eduardo Santiago – Macau in “Ponto Final”

eduardosantiago.pontofinal@gmail.com

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