O ritmo de contaminações acelerou para 150 mil em apenas
24 horas, a OMS quer mais cooperação global para derrotar a pandemia e ressalta
a urgência de mais Unidades de Tratamento Intensivo face ao “aumento
persistente” de casos no Brasil
A
pandemia da Covid-19 está a acelarar com mais de 150 mil novas infecções registadas
num prazo de apenas 24 horas, em 18 de junho. O alerta foi feito pela
Organização Mundial da Saúde, OMS.
De
acordo com o director-geral da agência, Tedros Ghebreyus, quase metade dessas
ocorrências foi reportada nas Américas, mas o sul da Ásia e o Oriente Médio também tiveram uma
alta no número de casos.
Brasil
Ao
ser questionado sobre o Brasil, o director-executivo de emergências da OMS,
Mike Ryan, citou mais de 22 mil casos confirmados e cerca de 1230 mortes
reportadas na quinta-feira. São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande de Norte,
Espírito Santo e Pernambuco têm o maior número de novas contaminações.
Ryan
afirmou que existe um cenário variado com o nivelamento de casos, em algumas
áreas, e uma subida contínua em outras áreas.
Entre
os profissionais da linha de frente houve 15 mil médicos infectados e 19 mil
enfermeiros, o que totaliza 40 mil casos incluindo outros técnicos
hospitalares. Os trabalhadores de saúde representam cerca de 12% de infectados
no Brasil.
O
chefe de emergências da OMS elogiou a coragem e o profissionalismo demonstrados
nas últimas semanas por esses profissionais. Destacou que as unidades de
cuidados intensivos continuam lidando com a situação difícil com “o persistente
aumento de casos e a pressão do sistema”.
Vidas
Ryan
sugeriu continuar uma acção coordenada entre autoridades federais e estaduais
no Brasil. Ele assegurou que a OMS apoiará a acção para reduzir casos e salvar
vidas.
Ao
comentar a situação no mundo, o diretor-geral disse que com a subida de casos a
nível global começa uma nova e perigosa fase.
Tedros
Ghebreyesus lembrou que as pessoas estão, compreensivelmente, cansadas de ficar
em casa. Mas declarou entender que países estejam ansiosos em abrir as sociedades
e as suas economias, ao advertir que o vírus continua a espalhar-se rapidamente,
é mortal e muitos continuam expostos.
O
alerta a todos que exerçam extrema vigilância mantendo o distanciamento, aos
doentes em casa e os cuidados como a boca e o nariz cobertos ao tossir, uso de
máscaras sempre que for apropriado e fazer a higiene das mãos.
Quarentenas
Tedros
recomendou especialmente aos países que procurem, isolem, testem, cuidem dos
casos e rastreiem os contatos para colocar em quarentena. No total, até esta
sexta-feira foram notificados 8 385 440 casos confirmados de Covid-19,
incluindo 450 686 mortes.
O
diretor-geral da OMS também expressou profunda preocupação com “o perigo real e
atual da transmissão generalizada da Covid-19” em campos de refugiados. Este
20 de junho é o Dia Mundial do Refugiado.
Sobre
este grupo populacional, afirmou que o novo coronavírus demonstrou que ninguém
está seguro até que todos estejam seguros. Tedros disse que colocando a
política de lado e actuando em colaboração pode-se fazer a diferença.
Pandemia
O
alto comissário para Refugiados, Fillipo Grandi disse haver complicações
trazidas pela pandemia neste grupo. Apelou que a pandemia sirva para reflectir
sobre a necessidade de abandonar a retórica que divida e atuar de forma
conjunta para lidar com o coronavírus, incluindo impacto em refugiados e
migrantes.
A
OMS destacou ainda que perante o plano de retoma das actividades pelos países
que veem algum sucesso é preciso ter a certeza que “esse tempo seja usado de
forma sábia” para detectar o ressurgimento de casos. ONU News – Nações Unidas
com mapas “Baía da
Lusofonia”
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