As excursões locais que têm como objectivo animar o
sector do turismo geraram reacções fortes por parte dos residentes logo no
primeiro dia de inscrições. Até ontem à tarde, 3135 pessoas já se tinham
inscrito, entre as quais 60% querem participar em ‘tours’ ligados ao lazer
O
projecto “Vamos Macau”, composto por 15 rotas destinadas aos residentes que
arrancarão na próxima segunda-feira, começou ontem a aceitar inscrições. E,
logo pela manhã, motivou uma forte procura, assegurou Wu Keng Kuong, presidente
da Associação de Indústria Turística de Macau.
Os
dados do Governo corroboram esse panorama. Segundo Inês Chan, chefe do
Departamento de Licenciamento e Inspecção da Direcção dos Serviços de Turismo
(DST), até ontem à tarde já se tinham inscrito 3135 pessoas, entre as quais 40%
inscreveram-se para as viagens na comunidade e para o roteiro que integra a
instalação do “TeamLab”, que atraiu 400 pessoas.
As
rotas dividem-se em duas categorias: uma ligada aos bairros e outra voltada
para o lazer. Segundo uma responsável da agência de viagens EGL Tours, os
residentes que consultaram a empresa demonstraram mais interesse nas excursões
de lazer. A maioria prefere os fins-de-semana e dias que coincidem com feriados
para interagir com os familiares através das excursões.
Segundo
o “Ou Mun Tin Toi”, muitos residentes valorizam as rotas que abrem à população
local espaços que, por norma, os cidadãos não conseguem conhecer tão facilmente:
são os casos da ETAR e dos bastidores do espectáculo “The House of Dancing
Water”. Também há quem não hesite em inscrever-se tanto em excursões
comunitárias como de lazer.
Em
muitas agências de viagens, os cartazes publicitários de excursões para a Europa,
o Japão e a Coreia do Sul foram substituídos por outros que divulgam as
excursões internas, trazendo uma nova animação a estes estabelecimentos,
desertos desde o surto do COVID-19.
Ouvido
pelo jornal “Ou Mun”, Wu Wai Fong, presidente da Associação de Guia Turístico
de Macau, notou que estes profissionais terão de se esforçar mais, uma vez que,
neste caso, os excursionistas serão residentes que podem já ter conhecimento
sobre os pontos turísticos. A responsável salientou ainda que esta oportunidade
contribuirá para contrariar a imagem negativa que muitos residentes costumam
ter dos guias turísticos.
Por
sua vez, Iun Ioc Va, director da Federação Industrial e Comercial das Ilhas de
Macau, considera que será importante haver uma ligação entre o fim da primeira
fase dos vales de consumo e o início da segunda fase. Como sugestão, Iun
defendeu que o Governo deve permitir a integração das lojas antigas nas
excursões para que possam promover os seus produtos.
Relativamente
à execução concreta das excursões, Inês Chan explicou que, antes da sua
realização, a DST já ouviu opiniões dos Serviços de Saúde e está preparada para
adoptar medidas especiais para os guias turísticos, além da consciencialização.
“Chamamos
a atenção para vários aspectos como o distanciamento, o uso de máscaras e a
lavagem das mãos. Alguns roteiros têm percursos mais longos ao ar livre e
outros acontecem em espaços fechados, por isso, as medidas serão adaptadas
consoante a situação concreta”, afirmou a mesma responsável. Rima Cui –
Macau in “Jornal Tribuna de Macau”
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