A Associação de Língua e Cultura Mirandesa (ALCM) congratulou-se com a aprovação, por unanimidade, de um projeto de resolução que recomenda ao Governo que conclua a vinculação do país à Carta Europeia das Línguas Regionais ou Minoritárias
“Estamos
muito satisfeitos com a aprovação por unanimidade de um projeto de resolução
que recomenda ao Governo que conclua a vinculação do país à Carta Europeia das
Línguas Regionais ou Minoritárias. A língua mirandesa é um património não só
dos mirandeses, mas de Portugal”, disse à Lusa o presidente ALCM, Alfredo
Cameirão.
O
responsável felicitou também os grupos parlamentares intervenientes na votação
“porque se trata de mais um passo numa caminhada que já vai longa”.
Alfredo
Cameirão acrescentou ainda que esta carta é uma ferramenta muito importante,
além de consubstanciar o reassumir dos compromissos do Estado português para
com a língua mirandesa permite a monitorização e o apontar de caminhos na
salvaguarda da “lhéngua” (língua).
“Depois
da ratificação importa ver efetivadas algumas das premissas enunciadas na
Carta, mormente no campo da educação e do uso quotidiano da língua no espaço
institucional e público”, vincou.
O
projeto de resolução n.º 577/XV/1.ª, apresentado pelo PS, “recomenda ao Governo
que desencadeie o procedimento final para conclusão da vinculação da República
Portuguesa à CELM.
O
diploma foi votado sem a presença dos deputados únicos do PAN e do Livre, que
estavam a participar na reunião dos Verdes Europeus.
A
ratificação urgente da Carta Europeia das Línguas Regionais e Minoritárias do
Conselho da Europa pelo Estado português era uma exigência antiga da ALCM, com
vista a assegurar o futuro desta língua.
Também
a presidente da Câmara de Miranda do Douro, no distrito de Bragança, disse que
esta decisão é um passo importante para o futuro da língua mirandesa.
“Esta
decisão hoje tomada no parlamento em torno do projeto de resolução que
recomenda ao Governo que conclua a vinculação do país à Carta Europeia das
Línguas Regionais ou Minoritária é para nós, enquanto herdeiros da língua
mirandesa, o reconhecimento que faltava para que se possa trabalhar em todas
frentes para a salvaguarda do mirandês”, frisou a autarca social-democrata.
A
ratificação urgente da Carta Europeia das Línguas Regionais e Minoritárias do
Conselho da Europa pelo Estado português era uma exigência antiga da ALCM, com
vista a assegurar o futuro desta língua.
A
Carta Europeia das Línguas Regionais e Minoritárias do Conselho da Europa é um
documento que já vem desde 1992, que “elenca uma série de premissas com que os
Estados-membros” desta organização se comprometem para “a salvaguarda e defesa
das várias línguas minoritárias que eventualmente cada país tenha no seu
território”.
O
Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) anunciou em 07 de setembro de 2021
que Portugal iria assinar a Carta Europeia de Línguas Regionais e Minoritárias
do Conselho da Europa, que visa proteger e promover as línguas regionais e
minoritárias históricas do continente, tendo por base dessa assinatura
precisamente a língua mirandesa.
No
entanto, como sublinhou na altura a ALCM, Portugal era um dos poucos países
europeus que ainda não tinha ratificado esta Carta Europeia,
Um
estudo da Universidade de Vigo (UVigo), Espanha, divulgado em fevereiro,
concluiu que a língua mirandesa está numa situação” muito crítica” devido ao
abandono desta forma de falar por parte de entidades públicas e privadas.
Este
levantamento apontava para a necessidade de ratificação da Carta Europeia das
Línguas Minoritárias e de uma nova Lei do Mirandês, atualizada de acordo com
ações e medidas planificadas e orçamentadas em educação, justiça, administração
local e regional, serviços públicos, meios de comunicação, atividades e
equipamentos sociais, economia e intercâmbios transfronteiriços, como ponto de
partida para que a língua mirandesa ganhe de novo vitalidade. In “Bom dia
Europa” - Luxemburgo
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