Uma selecção do País Basco deverá ser o cabeça-de-cartaz do Torneio Internacional de Hóquei em Patins de Macau, que decorrerá em Julho e constituirá o ponto alto das celebrações dos 40 anos da Associação de Patinagem. O presidente, António Aguiar, aguarda a confirmação dos espanhóis, “mas tudo aponta para que seja uma realidade o regresso ao território”, depois de aqui se ter deslocado em 2016. Simultaneamente decorrerá um torneio de hóquei em linha. Ao todo estarão na RAEM formações de nove países ou regiões, a maioria dos quais do continente asiático
O
regresso do hóquei em patins do País Basco a Macau deverá constituir a
principal atracção do Torneio Internacional, que decorrerá entre 28 e 30 de
Julho próximo, no Pavilhão do Nordeste da Taipa. A competição é o ponto alto
das comemorações dos 40 anos da Associação de Patinagem de Macau (APM).
Tal
como aconteceu há 10 anos, aquando do torneio que serviu para celebrar o 30º
aniversário da APM, também esta prova tem forte componente internacional e com
mais selecções a deslocarem-se ao território. Segundo informações divulgadas
pelo presidente associativo, António Aguiar, o torneio vai contar com equipas
de nove países ou regiões, em várias categorias, tanto na modalidade de patim
tradicional, como no de linha (inline), o que será sem dúvida uma grande
festa daquelas duas modalidades.
No
hóquei em patins e a nível de Sub-19, o Torneio Internacional de Macau deverá
contar com uma formação do País Basco, que praticamente confirmou a sua
presença. Mas, como ressalvou António Aguiar ao Jornal Tribuna de Macau, “houve
eleições municipais no passado fim-de-semana e os que estavam no poder
perderam, portanto, vamos aguardar que a equipa basca mantenha a sua
participação no nosso torneio”.
Além
do convite feito aos espanhóis, que já estiveram no território em 2016, noutro
Torneio Internacional, mas com uma selecção sénior (venceram Macau na final por
4-3), a Associação de Patinagem terá no Pavilhão do Nordeste as formações da
Índia, Japão, Nova Zelândia e Taiwan, isto para além da equipa da casa, “num
mini-asiático”, como lhe chamou o dirigente da APM, meses antes de Macau
participar no verdadeiro campeonato da Ásia, que vai decorrer no norte da
China, em Outubro deste ano.
Para
as competições feminina e de Sub-14, Macau recebe como adversários Índia e
China. “Este torneio dos mais novos é uma novidade, uma vez que temos neste
momento muitos miúdos de grande qualidade, que daqui a alguns anos já estarão a
substituir os mais velhos na selecção principal”, frisa António Aguiar.
A
nível de hóquei em linha, a RAEM, que não tem equipas seniores, vai receber os
actuais campeões do Mundo de juniores, Sub-19, Taiwan, que é assim favorita
para conquistar o troféu, numa prova com Macau, China e Irão, campeão asiático
da categoria, estando esta formação ainda por confirmar. Em Sub-14, Macau,
China e Hong Kong são as equipas em confronto.
Celebrações com dignidade é “pôr gente a jogar”
O
torneio comemorativo dos 40 anos da Associação de Patinagem, fundada em 1983,
terá três dias cheios, com desafios de manhã à noite no Pavilhão do Nordeste da
Taipa, na antiga Universidade, que é a “casa” das duas modalidades, onde se têm
realizado as competições anuais e todos os treinos das selecções.
“Vão
ser cerca de 30 desafios nos três dias”, diz António Aguiar, para quem as
celebrações “têm de ter alguma dignidade”, porque 40 anos “é muito tempo”. Nada
melhor do que “colocarmos gente a jogar”, nomeadamente os mais jovens. “Não há
melhor celebração do que esta”.
O
dirigente tem-se “desdobrado” em contactos e pedidos de apoio financeiro para
garantir os custos da prova. “Andamos à procura de dinheiro, porque antigamente
o Instituto do Desporto subsidiava praticamente por inteiro, agora é menos de
metade e por isso temos de arranjar quem nos ajude” a levar por diante uma
organização desta envergadura. “Já tenho tudo a andar e agora já não posso
parar”, reconhece o número um da APM.
O
torneio terá também árbitros do exterior, da Índia, da Nova Zelândia e da
China, a que se juntarão alguns juízes de Macau.
No
que respeita a árbitros de hóquei em patins, vai arrancar no próximo sábado um
curso para interessados locais, que se prolongará por mais dois fins-de-semana,
estando já inscritas 11 pessoas. Provavelmente alguns farão o seu exame
prático, em jogo, no Torneio Internacional.
A
prova será o ponto alto das actividades programadas para o aniversário da
Associação de Patinagem, mas há outras. “Um ‘summer camp’ de hóquei em
linha, por exemplo, a realizar em Agosto durante uma semana, que contará com
treinadores vindos da China Taipé”, acentua Aguiar. Um jantar de fecho do
torneio, no dia 30, para distribuição de prémios, será outro momento de
celebração.
António
Aguiar não fez parte da fundação da APM, em 1983, mas pouco depois entrou para
a “família” do hóquei em patins. Os únicos actuais dirigentes que fazem parte
da criação da patinagem são Gentil Noras e Manuel da Luz. “Eu tenho cerca de 36
anos de ligação ao hóquei de Macau, em períodos em que fui secretário-geral,
vogal e presidente. Como número um tenho 32 anos de actividade”.
António
Aguiar faz um balanço dos últimos anos e sente satisfação ao afirmar que
“depois de muita gente ter dito que o hóquei em patins iria morrer”, quando
estava numa situação complicada, “eis que a modalidade está bem viva”. A quantidade
de jovens que praticam as duas modalidades do hóquei “é uma prova disso mesmo”,
explica.
Cerca
de 500 atletas dão corpo ao hóquei em patins (300) e ao hóquei em linha (200).
“Tem havido evolução e os miúdos que temos são bons”. O problema maior,
continua, “é não termos tempo de pavilhão para os treinar”. Pode falar-se mesmo
em “jovens que se estão a perder por falta de espaço, porque a procura é
grande”.
Mesmo
deparando-se com esta dificuldade, o hóquei, nas duas vertentes, “não vai parar
e cada vez apostamos mais na prata-da-casa, porque só assim é que faz sentido,
são desportos locais e continuarão a ser”, explica António Aguiar.
Em
relação a novidades no corpo de treinadores, Nuno Antunes sucede, na selecção
de hóquei em patins, a Hélder Ricardo, que regressou a Portugal. Já no inline
é A Kit que orienta as equipas de Macau.
Hóquei a crescer no continente asiático
António
Aguiar, também membro da Federação Internacional, a World Skate, e presidente
do hóquei em patins para a Ásia e Oceânia, fez igualmente o ponto da situação
da modalidade além-fronteiras: “O hóquei é um desporto que a nível
internacional está extremamente desequilibrado, porque tem tido um
desenvolvimento bastante grande em determinados países, nomeadamente em
Portugal, uma vez que os clubes apostaram muito, e tem de facto o melhor
campeonato do mundo, com os grandes jogadores, e noutros países não”.
O
resto do mundo vai sobrevivendo, “ainda que se esteja a assistir a uma
disseminação maior, ou seja, há mais países a praticar neste momento”,
prossegue o número um da APM, acentuando que “em alguns países o hóquei em
patins está a começar, ou, nalguns casos a recomeçar”. Portanto há mais países,
há mais desenvolvimento, há mais competitividade, “a imprensa fala mais”, daí que
haja um relançamento da modalidade, mas continua, como disse, “um desporto
extremamente desequilibrado, que se vai notando ao nível das selecções”.
António
Aguiar alega, no entanto, que no continente asiático tem crescido. “Irão,
Nepal, Bangladesh, Indonésia são países que estão já a jogar hóquei em patins,
embora a um nível muito fraco”. O principal problema é o material. “No Irão,
por exemplo, eles usam o patim em linha, porque não têm outro equipamento, mas
eu estou já a tratar disso…”
E
concretiza, afirmando que há um projecto a ser criado na “World Skate”, para
“enviar material e treinadores internacionais de vários sítios para irem dar
apoio técnico nesses países”. Vitor Rebelo – Macau in “Jornal
Tribuna de Macau”
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