A Fundação Biblioteca Nacional (FBN) vai receber, este ano, investimentos de R$ 30 milhões, anunciou a ministra da Cultura, Margareth Menezes, ao dar posse, nesta terça-feira (30), no Rio de Janeiro, ao novo presidente do órgão, professor Marco Lucchesi.
A
Fundação Biblioteca Nacional (FBN), órgão público federal, inclui a Biblioteca
Nacional, mais antiga instituição brasileira e maior biblioteca da América
Latina, além da Biblioteca Euclides da Cunha (BEC) e a Casa de Leitura.
Inaugurada
em 1810 por D. João VI, a Biblioteca Nacional ocupa, desde 1910, o prédio
localizado na Avenida Rio Branco, número 219, na Cinelândia, região central do
Rio de Janeiro. É considerada pela Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) uma das dez maiores bibliotecas
nacionais do mundo.
De
acordo com a ministra, será a primeira vez que a Biblioteca Nacional receberá
investimento desse porte. Os recursos se destinam a incentivar o setor, que é
tão importante para os brasileiros, destacou Margareth Menezes.
“Sendo
que a nossa biblioteca tem mais de 1 milhão de visitações ao ano. Isso é uma
coisa belíssima. Queremos incentivar a cultura brasileira e a Biblioteca
Nacional”, disse ela. Os R$ 30 milhões serão direcionados à modernização do
prédio anexo da biblioteca, destinado a abrigar parte dos 10 milhões de obras
que compõem o acervo da instituição, em especial a coleção de periódicos.
Durante
a solenidade de posse, a ministra da Cultura disse que a ideia é ampliar o
acesso à cultura para outros territórios. “O Brasil precisa ter também esse
conhecimento que existe e faz parte da formação da sociedade brasileira, da sua
identidade.” A ideia é incluir as colaborações das culturas indígenas e
afro-brasileira na Biblioteca.
O
presidente da FBN declarou sua alegria de ter no país um “ministério sensível e
uma ministra que compreende de fato a diversidade do sistema MinC”. Lucchesi se
referiu à responsabilidade que lhe compete de ampliar o acesso à biblioteca
digital, que é “exemplar para o mundo e para a América Latina”. Ao mesmo tempo,
ele pretende expandir o dossiê técnico das terras quilombolas, das línguas
múltiplas praticadas no país e da pluralidade.
Marco
Lucchesi destacou que, embora a ministra não soubesse do seu discurso, nem ele
do dela, os dois estão “afinados com a perspectiva republicana mais ampla, com
o país”. Ele pretende ampliar os diálogos com as bibliotecas dos países
africanos, que foram interrompidos. “É um trabalho que a Biblioteca Nacional já
tem alguns acordos. Nós estamos ampliando esses acordos, olhando também para a
América Latina.” A Biblioteca Nacional cuida mais diretamente de algumas
bibliotecas da América Latina, em países como Uruguai, Equador e Bolívia.
Diplomacia
Lucchesi
assinou também acordo com a Marinha do Brasil para levar os livros da
Biblioteca Nacional para todas as bibliotecas do mundo. “Essa é a nossa tarefa.
E aí a gente faz a diplomacia do livro: a gente une povos, sonhos e crenças e o
Brasil fica mais forte, não para liderar o que quer que seja, mas [para], como
irmãos, partilharmos o mesmo desejo“. A Biblioteca Nacional possui 72
quilômetros de prateleiras com acervo, salientou Marco Lucchesi. “Esta é a casa
da cidadania”, ressaltou.
Foi
anunciada também durante a cerimônia a criação de uma nova categoria dentro do
Prêmio Literário Biblioteca Nacional – o Prêmio Akuli. O novo prêmio objetiva a
fixação de cantos ancestrais e narrativas da oralidade, recolhidos no Brasil,
entre povos originários, ribeirinhos e de matrizes culturais. O edital será
lançado em junho. A premiação será de R$ 30 mil para o trabalho vencedor. Akuli
era a alcunha de Moseuaípu, jovem sábio da comunidade Arekuná. Íntimo dos
saberes da floresta, foi um exímio narrador de histórias ancestrais. A
literatura oral sobre Macunaíma, que Akuli transmitiu ao cientista alemão
Theodor Koch-Grünber, foi determinante para a obra de Mário de Andrade.
A
cerimônia de posse de Marco Lucchesi teve como atração artística a Orquestra de
Cordas de Volta Redonda. In “Mundo Lusíada” – Brasil com “Agência Brasil”
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