Os vários processos de libertação por que passou o povo angolano, ao longo dos anos, dão corpo ao livro de estreia de Paulo Neto “Kanjila”, intitulado “Na hora do adeus à família”, já disponível para o público na livraria da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Agostinho Neto, em Luanda
Do
género romance, o livro, de 294 páginas, narra ao detalhe as várias fases em
que os angolanos foram obrigados a estar sob o jugo português, contra a sua
vontade.
No
livro, o autor usa a ficção para descrever a história real, os factos mais
marcantes dos períodos que vão desde a escravatura até a Independência
Nacional, de forma cronológica.
O
autor disse, ao Jornal de Angola, que o livro está dividido em seis partes, nas
quais são abordadas, em separado mas de forma sequencial, a fase do tráfico dos
angolanos para as Américas, os seus efeitos, consequências e resultados, a
Libertação de África, o fenómeno da clandestinidade, o exílio, a perseguição,
as prisões arbitrárias pela PIDE e a Proclamação da Independência de Angola
pelos três Movimentos de Libertação Nacional.
Paulo
Neto "Kanjila” referiu que faz uma abordagem resumida, mas detalhada das
acções do Processo 50 e outros movimentos, descrevendo alguns locais de reunião
e os nomes de algumas figuras que se destacaram nessa nobre missão.
Para
melhor esclarecimento, realçou, a obra apresenta imagens de lugares e marcos, e
traz um glossário com o significado de algumas expressões usadas frequentemente
nas épocas que o livro se refere pelos cidadãos.
Paulo
Neto "Kanjila” revelou que o livro é uma homenagem a todos os cidadãos
angolanos, que estiveram envolvidos em todos os processos que permitiram o país
independente.
Editado
este ano, pela Lexdata - Sistemas de Edições Jurídicas, em Luanda, o livro teve
as expensas do próprio autor.
Segundo
o autor, nesta obra foram relatados uma sequência de acontecimentos ficcionais,
antropomórficos, ou não, individuais ou colectivos, situando-os no espaço de um
mundo possível.
"O
desígnio central que regeu esta obra foi a vontade de procurar elementos
valiosos, para construir um mundo possível, que possua nítida independência em
relação a mim. contudo, objectivei eventos, estados, personagens e coisas, num
mundo onde procurei construir, estabelecendo múltiplas relações axiológicas,
ódio, indiferença, nostalgia, ternura, que não destrói a fundamental alteridade
das produções romanescas ante o seu autor textual e mediante o seu autor
empírico”. Roque Silva – Angola in “Jornal
de Angola”
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