Cerca de 20% dos jovens timorenses não estudam, nem trabalham devido à falta de educação, limitações na prestação da saúde e ineficácia da proteção social, refere um relatório sobre capital humano do Banco Mundial (BM). “Vinte por cento dos jovens timorenses entre os 15 e os 24 anos não estudam, nem trabalham, uma taxa que não diminui desde 2010, causada por uma educação abaixo da média, por limitações na prestação de serviços de saúde e por uma ineficaz proteção social durante a infância e a adolescência”, pode ler-se no documento que avalia a situação do capital humano no país.
O
relatório, divulgado na página oficial do BM na Internet, refere que a
“frequência escolar média de apenas 6,3 anos é sintomática dos fracos
resultados de aprendizagem”.
A
superlotação das salas de aula, bem como a falta de professores e competências,
tem resultado em distorções em relação à idade e ano de frequência escolar, a
uma taxa de 20% de abandono escolar e em desmotivação, indica o BM. “Os
serviços de proteção social, que visam estimular a frequência escolar,
enfrentam falhas consideráveis e apresentam taxas de sucesso varáveis. Isso é
agravado por barreiras significativas de acesso a serviço essenciais de saúde”,
salienta o Banco Mundial.
O
relatório indica que meninas e mulheres com menos de 20 anos “por vezes não têm
acesso a serviços de saúde reprodutiva”, e “apenas 19% das mulheres solteiras
sexualmente ativas” usam contraceção.
O
documento refere também que a taxa de desemprego é alta, 14% em 2021, sobretudo
devido aos “fracos sistemas de formação profissional e exacerbada pela baixa
procura de mão-de-obra no sector privado”. “A oferta de trabalhadores com
formação universitária é o dobro da procura no mercado de trabalho, mas
distribuída de forma desigual entre setores, com a oferta de mão-de-obra
estrangeira a preencher lacunas críticas”, salienta o relatório.
O
BM refere também que 72% da população emprega trabalha no setor informal, o que
“faz com que a maioria dos trabalhadores em Timor-Leste seja particularmente
vulnerável a crise laborais”, até porque, o “sistema de pensões contributivo
cobre apenas 34% da força de trabalho e enfrenta problemas de
sustentabilidade”.
“O
sistema de proteção social também não oferece benefícios de desemprego,
essenciais para manter os meios de subsistência durante os períodos de
desemprego”, sublinha a organização. “Timor-Leste necessita de uma economia
diversificada que permita a criação de emprego num setor privado resiliente,
que complemente as despesas do Governo, sustentado por um sistema de proteção
social melhor direccionado”, defende o BM. In “Ponto
Final” - Macau
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