Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Timor-Leste - Governo avalia ordem pública após confrontos entre grupos de artes marciais

O Governo de Timor-Leste esteve reunido, em Conselho de Ministros, para avaliar medidas para repor a ordem pública no país, depois de registados confrontos entre grupos rivais de artes marciais no distrito de Bobonaro


“O Conselho de Ministros reuniu com agenda única só para ver como resolver a situação de Bobonaro. Todos nós sabemos que não é só em Bobonaro, mas que já aconteceu em vários sítios. O Conselho de Ministro está preocupado com a situação”, afirmou à Lusa o secretário de Estado da Comunicação Social, Expedito Dias Ximenes.

Os confrontos foram registados na quinta e sexta-feira entre duas aldeias no município de Bobonaro, envolvendo dois grupos rivais de artes marciais, e que provocaram sete feridos e a destruição de várias casas.

O secretário de Estado da Comunicação Social disse também que no encontro participaram o comissário-geral da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL), Henrique da Costa, e o diretor-geral do Serviço Nacional de Inteligência (SNI), Longuinhos Monteiro, para informarem sobre a situação em Timor-Leste, “em geral e em especial” em Bobonaro. “Ainda não deliberamos nada. Vamos voltar a reunir-nos para discutir o assunto”, acrescentou o secretário de Estado da Comunicação Social.

O Conselho de Ministros deliberou, em comunicado, que está a “proceder à recolha de todas as informações necessárias junto de todas as entidades relevantes, com vista à tomada de decisão a curto prazo relativamente às medidas a serem adotadas para a reposição da ordem púbica”.

Num relatório divulgado, em Julho, a Fundação Mahein – Monitorização e Advocacia do Setor de Segurança admite existirem “preocupações válidas relativamente à atividade” dos grupos de artes rituais e marciais e à “sua contribuição para a violência, desordem e instabilidade”, mas salienta que “muitos dos riscos associados” aqueles grupos não são isolados, nem iniciados pelos próprios. “Por exemplo, a violência comunitária é uma ocorrência frequente em Timor-Leste e muitas vezes não envolve os grupos de artes marciais e rituais”, refere o documento.

Segundo a Fundação Mahein, muitos incidentes denominados de violência dos grupos de artes marciais têm início em disputas entre indivíduos, que aumentam quando outros membros dos grupos se juntam para defender os seus companheiros. “Da mesma forma, durante períodos de instabilidade política e crise, os grupos de artes marciais participaram na violência e contribuíram para a agitação, mas não foram nem os principais instigadores, nem os únicos participantes”, salienta o relatório.

Para a Fundação Mahein, a “instabilidade política em Timor-Leste pós-independência tem sido impulsionada por um conjunto complexo de fatores, particularmente histórias de conflito armados, competição entre elites, instituições fracas e falhas no processo de construção do Estado”.

O relatório analisa igualmente que o discurso público sobre os grupos de artes marciais pode contribuir “inadvertidamente” para a sua popularidade entre os jovens e aumentar a violência, bem como a possibilidade de serem manipulados “por parte de elites que desejam provocar tensões sociais para fins políticos”. In “Ponto Final” – Macau com “Lusa”

Sem comentários:

Enviar um comentário