Londres
– A consultora Capital Economics considerou que a África subsaariana deverá
crescer 4,9% este ano, recuperando da recessão do ano passado motivada pela
pandemia de covid-19, classificada de “tempestade” por estes analistas
britânicos.
“Depois
da tempestade de 2020, os decisores políticos na África subsaariana desejam
acalmia em 2021, mas com a distribuição de vacinas a ser um dos principais
desafios na região, a recuperação económica pode ser mais lenta que noutras
partes do mundo”, escrevem os analistas numa análise às economias africanas.
No
documento, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, a Capital Economics
escreve que “as iniciativas de alívio da dívida também não deverão ser grande
ajuda”, o que faz com que a recuperação económica fique nos 4,9% este ano,
depois da contracção de 2,5% em 2020.
“Os
decisores políticos africanos têm uma montanha para escalar no que diz respeito
à encomenda e distribuição de vacinas”, escrevem, apontando que “a fraca
infra-estrutura e equipamentos de congelação também fazem com que a
distribuição em África seja mais difícil que noutras partes do mundo”.
Os
esforços das instituições financeiras multilaterais, por outro lado, também não
serão uma panaceia para os males africanos: “Um dos principais legados do
covid-19 é deixar os governos africanos com um peso da dívida maior do que no
início da pandemia”, apontam.
As
iniciativas de alívio da dívida, como a Iniciativa de Suspensão do Serviço da
Dívida (DSSI), “não esteve à altura das expectativas devido às potenciais
consequências negativas da adesão, envolvimento selectivo da China e falta de
participação do sector privado”, dizem os analistas, alertando que a “Moldura
Comum” para tratar a dívida, acordada no final do ano pelo G20, também não
deverá resolver o problema.
“A
Moldura Comum do G20 também não deverá ser solução, porque o plano, apesar de
apresentar condições de redução da dívida com uma participação mais alargada
dos credores, deverá ser insuficiente para minorar a desconfiança mútua que
existe entre os detentores privados de dívida e a China”, conclui-se no texto.
África
ultrapassou as 65 mil mortes associadas à covid-19, segundo os dados mais
recentes sobre a pandemia divulgados hoje pela Organização Mundial de Saúde
(OMS), que contabiliza mais de 2,7 milhões de infecções no continente.
De
acordo com o escritório da OMS para África, até 01 de Janeiro, data dos dados
mais recentes, o continente somava 65432 mortes e 2755500 infecções. In “Inforpress”
– Cabo Verde com “Lusa”
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