Vamos
aprender português, cantando
Quando levo a mão à porta
vou sem qualquer emoção
feito natureza morta
passo a passo em sucessão
Mas que maneira de estar
a ver navios a passar
à espera de uma hora nova
ou de desculpa para voltar
Hoje foi um dia feliz
tratei o que tinha a
tratar
voltei de onde tinha de
vir
Hoje foi um dia feliz
nada de novo a relatar
E então, como foi para ti?
O dia feliz
Levo um aperto no peito
para isso é que eu andei
na escola
primeiro aprender o
conceito
mais tempo até saltar a
mola
Mas que maneira de estar
a ver os dias a passar
heróis do quotidiano
ou marinheiros de outro
mar
Hoje foi um dia feliz
tratei o que tinha a
tratar
voltei de onde tinha de
vir
hoje foi um dia feliz
nada de novo a relatar
então, como foi para ti?
O dia feliz
Hoje foi um dia feliz
tratei o que tinha a
tratar
voltei de onde tinha de
vir
hoje foi um dia feliz
nada de novo a relatar
então, como foi para ti?
O dia feliz
Glockenwise – Portugal
Nuno Rodrigues - Portugal
Rafael Ferreira - Portugal
Rui Fiúza - Portugal
«O
“Dia Feliz” é um retorno à presença sem representação. No “Moderno” todos os
elementos eram representativos da imagem da banda através da ideia do plástico
em diferentes vertentes e, nesse sentido, operativos para a construção dessa
imagem. No “Dia Feliz” há também a imagem de um personagem, mas para a qual a
questão da identidade e representação fica estanque, simbolizada pela fixação
da expressão facial da máscara de latex, ficando o corpo operativo na sua
relação com outros elementos orgânicos. Há a procura de uma presença horizontal
entre todos os elementos em que Vento, Lago, Pano, Rocha, Pedra, Corpo, Fato,
Azul, são estruturas paralelas. A acção do corpo é destituída de intenções
produtivas em que o movimento com intenção, como fazer uma pirueta, dobrar um
casaco ou ajoelhar, são memórias corpóreas do lugar urbano, do lugar estéril
(em que o ser moderno se concretiza). A ponte com esse outro lugar antitético
existe no casaco azul, elemento ícone desta narrativa, agora vestido sobre o
tronco nu do protagonista, levado pelo corpo para se tornar objecto flutuante,
destituído da sua função formal ou estética. A edição e escolha de efeitos
sobre a imagem estruturam a diluição entre todos os elementos. No Dia Feliz não
existe contemplação, existe presença transversal.» - Francisca Marques
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