Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Por morrer uma andorinha

 








Vamos aprender português, cantando

 

Por morrer uma andorinha

 

Se deixaste de ser minha, minha dor

não deixei de ser quem era e tudo é novo

por morrer uma andorinha sem amor

não acaba a primavera diz o povo

por morrer uma andorinha sem amor

não acaba a primavera diz o povo

 

Como vês, não estou mudado, felizmente

e nem sequer descontente ou derrotado

conservo o mesmo presente do passado

e guardo o mesmo passado bem presente

conservo o mesmo presente do passado

e guardo o mesmo passado bem presente

 

Eu já estava habituado a este fado

e a que não fosses sincera em teu amor

por isso eu não fico à espera do sabor

de uma ilusão que eu não tinha e nem renovo

se deixaste de ser minha, minha dor

não deixei de ser quem era e tudo é novo

 

Vivo a vida como dantes a cantar

não tenho menos nem mais do que já tinha

e os dias passam iguais pra não voltar

aos dias que vão distantes de seres minha

e os dias passam iguais pra não voltar

aos dias que vão distantes de seres minha

 

Horas, minutos, instantes, desta vida

seguem a ordem austera com rigor

ninguém se agarre à quimera sem valor

do que o destino encaminha e não é novo

pois por morrer uma andorinha sem amor

não acaba a primavera diz o povo


Por morrer uma andorinha sem amor

Não acaba a primavera diz o povo

 

Carlos do Carmo de Ascensão Almeida – Portugal

(Lisboa, 21 de dezembro de 1939 – Lisboa, 01 de janeiro de 2021)

 

Camané (Carlos Manuel Moutinho Paiva dos Santos) – Portugal

 

Letra – Frederico de Brito e Américo Tavares dos Santos - Portugal


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