Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Macau - Maioria dos quadros qualificados no exterior quer voltar à Região

A Comissão de Desenvolvimento de Talentos desenvolveu um inquérito cujos resultados foram revelados ontem e indicam que 63% dos quadros qualificados locais que estão no exterior querem voltar a Macau. Assim, a comissão aconselha a que sejam implementadas políticas que permitam o regresso dos talentos à região



Foram ontem dadas a conhecer as conclusões do inquérito realizado pela Comissão de Desenvolvimento de Talentos no ano passado sobre os desafios do regresso a Macau dos quadros qualificados. O inquérito foi enviado a 822 quadros qualificados, mas apenas 314 responderam. Destes, 199 indicaram que querem voltar a Macau, o que representa uma percentagem de 63%. Por outro lado, 115 quadros qualificados no estrangeiro não querem voltar a Macau, ou seja, 37% dos inquiridos.

O inquérito foi respondido por residentes de Macau espalhados por Hong Kong, interior da China, Taiwan, Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Canadá, Japão e Portugal. A maioria é portadora de bacharelato, mas responderam também jovens com mestrado e doutoramento.

Nas conclusões, a Comissão de Desenvolvimento de Talentos indica que, além de a maioria dos inquiridos querer voltar, são essencialmente os mais jovens que manifestam um maior desejo em regressar a Macau, embora dispondo de pouca experiência profissional.

O desenvolvimento da carreira pessoal constitui um factor determinante para o eventual regresso a Macau, indica o inquérito, acrescentando que o aspecto que reduz a vontade de os quadros qualificados de voltarem ao território tem a ver com o facto de várias formalidades administrativas só poderem ser tratadas após o regresso.

À luz das conclusões do inquérito, a Comissão de Desenvolvimento de Talentos deixa algumas recomendações. “Tendo em vista os obstáculos enfrentados pelas pessoas de meia-idade no regresso, recomenda-se a implementação de políticas correspondentes favoráveis ao regresso”, lê-se no documento, que acrescenta: “O Governo da RAEM está a proceder, com empenho, à elaboração do Regime de ‘Introdução de talentos de alta qualidade’, estes, por sua vez, ao equacionarem a emigração para Macau, terão, necessariamente, de lidar com as questões relativas à forma de acomodar os familiares acompanhantes”.

A comissão sugere também a publicitação e o alargamento dos critérios que regem o reconhecimento da credenciação; a articulação, quanto antes, com as instituições competentes nacionais ou internacionais; a prestação do serviço de pedido à distância do registo de habilitação profissional e acreditação; e o tratamento flexível dos pedidos das pessoas que reúnem requisitos específicos.

“O Governo da RAEM poderá recorrer às políticas, ao encorajamento da cooperação entre empresas/empreendedores locais e os da Grande Baía, à promoção de um desenvolvimento diversificado, no sentido de criar cargos de elite e atrair, consequentemente, talentos de Macau, que se encontram no exterior, para participarem no desenvolvimento da Grande Baía”, propõe ainda a Comissão de Desenvolvimento de Talentos.

Por fim, é sugerido que, no que diz respeito às questões administrativas com que as pessoas que desejam regressar a Macau são confrontadas, “recomenda-se ao Secretariado da Comissão, a constituição, em conjunto com todos os serviços públicos envolvidos, de um grupo de coordenação, para as ajudar a resolver dificuldades”. André Vinagre – Macau in “Ponto Final”

andrevinagre.pontofinal@gmail.com


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