A
Universidade de Aveiro (UA) participa num projeto europeu para desenvolver
sensores em fibra ótica para baterias de ião-lítio, cuja aplicação será em
veículos elétricos. De nome INSTABAT – “Innovative physical/virtual sensor
platform for battery cell”, o projeto é financiado pela Comissão Europeia
através do programa Horizonte 2020, já começou e conta com membros do i3N –
Instituto de Nanoestruturas, Nanomodelação e Nanofabricação na sua equipa.
O
projeto INSTABAT
recebeu um financiamento de aproximadamente quatro milhões de euros e é
coordenado pelo CEA, França, contando ainda com a participação de outros
centros de investigação como o CNRS e INSA, em França, e parceiros empresariais,
tais como a BMW, e Infineon Technologies, ambos na Alemanha, Faurecia (França)
e VARTA (Áustria). O projeto é parte integrante do roteiro Battery2030+,
iniciativa de pesquisa europeia em grande escala e longo prazo para chegar às
baterias sustentáveis do futuro.
Partindo
do princípio de que o maior uso de baterias na indústria automóvel requer
melhorias na sua segurança e na trilogia: qualidade, confiabilidade e vida
(trilogia designada, em inglês, QRL – “quality, reliability and life”) das
baterias, o projeto INSTABAT visa monitorizar, em tempo real e em
funcionamento, parâmetros essenciais de uma célula de bateria de ião-lítio,
fornecendo com maior precisão os estados de certos indicadores, tais como,
carga, capacidade, potência, energia e segurança, permitindo assim melhorar a
sua performance e a trilogia QRL.
O
projeto procura uma solução de tecnologias e funcionalidades integradas de
monitorização inteligente. Esta solução monitorizará de forma fiável
parâmetros-chave, articulando a evolução desses parâmetros com os fenómenos de
degradação físico-químicos que ocorrem no núcleo das células das baterias,
melhorando o seu desempenho funcional, autonomia e segurança.
Para
atingir esse objetivo, o projeto INSTABAT desenvolverá uma prova de conceito de
tecnologias e funcionalidades de sensores inteligentes, integrada numa célula
de bateria e capaz de:
- Desempenhar de forma confiável uma monitorização operacional (resolvido no tempo e no espaço) de parâmetros-chave (temperatura e fluxo de calor; pressão; deformação; concentração e distribuição de iões de lítio; concentração de CO2; impedância "absoluta", potencial e polarização) por meio de: (i) quatro sensores físicos incorporados (sensores em fibra ótica e de luminescência, elétrodos de referência e foto-acústicos), (ii) dois sensores virtuais (baseados em modelos eletroquímicos e termicamente reduzidos);
- Correlacionar a evolução desses parâmetros com os fenómenos de degradação físico-químicos que ocorrem no interior das células das baterias;
- Melhorar o desempenho funcional da bateria e segurança, através de algoritmos BMS aperfeiçoados, que fornecem indicadores de maior precisão em tempo real (levando em consideração os parâmetros medidos e estimados).
Assim,
será criada uma prova de conceito através do desenvolvimento de uma plataforma
multisensor, para aplicações em veículos elétricos (reduzindo o envelhecimento,
melhorando as margens de segurança e autonomia, desencadeando a
autorregeneração e facilitando o uso como segunda vida). Além disso,
concluir-se-á um estudo de viabilidade técnico-económica (fabrico e
adaptabilidade a outras tecnologias celulares).
A
equipa da UA é constituída pelos investigadores Micael Nascimento, Carlos
Marques, João de Lemos Pinto, do laboratório associado i3N, grupo Nanofotónica
e Optoeletrónica, do Departamento de Física, tendo ainda como gestora de
projeto, Luísa Sal.
O
projeto INSTABAT faz parte do roteiro Battery2030+, iniciativa de pesquisa
europeia em grande escala e longo prazo que tem como meta as baterias
sustentáveis do futuro, fornecendo à indústria europeia tecnologias inovadoras
e uma vantagem mais competitiva em toda a cadeia de valor das baterias,
permitindo que a Europa atinja os objetivos de uma sociedade neutra para o
clima, tal como previsto no European Green Deal. Universidade de Aveiro –
Portugal
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