O
Presidente da Confederação suíça, Guy Parmelin, que assumiu o cargo a 01 de
janeiro, reconheceu erros na gestão da pandemia, numa entrevista publicada pelo
jornal SonntagsBlick.
"Entre
julho e setembro, subestimámos a situação", disse.
"Pensámos
que podíamos controlar o vírus", acrescentou Parmelin, reconhecendo que as
autoridades "estiveram longe disso [controlo]".
Guy
Parmelin, do Partido Popular Suíço, é este ano pela primeira vez o presidente
da Confederação, cargo rotativo ocupado a cada ano por um ministro do Conselho
Federal.
Parmelin
assumiu o cargo a 01 de janeiro, mas como conselheiro federal responsável pela
economia, pasta que irá manter, desempenhou um papel importante na gestão da
crise sanitária durante o ano passado.
A
Suíça viveu uma primeira vaga relativamente moderada em comparação com a
violência com que a pandemia estava a atingir os seus vizinhos europeus, mas
desde o outono que o país tem vindo a registar uma segunda vaga de infeções
muito mais forte.
Desde
há semanas, o país de 8,6 milhões de habitantes tem vindo a registar mais de 4000
novas infeções e cerca de 100 mortes diárias.
A
vacinação já começou em vários cantões do país, mas a um ritmo ainda
considerado lento.
Tal
como noutras partes da Europa, a variante britânica mais contagiosa do novo
coronavírus foi detetada pelo menos cinco vezes.
Parmelin
salientou que a coordenação com os cantões, que têm a principal
responsabilidade na gestão da crise sanitária, "nem sempre é fácil" e
que o Conselho Federal teve, por vezes, de assumir a coordenação da luta contra
a doença.
Estas
dificuldades foram ilustradas em dezembro passado, quando o Conselho Federal
quis impor novas medidas numa tentativa de travar as infeções, que estavam a
ficar fora de controlo.
Os
cantões francófonos queixaram-se de que os seus esforços das semanas anteriores
não eram reconhecidos face aos cantões de língua alemã, onde a epidemia estava
a recomeçar.
"As
medidas tomadas foram sempre um equilíbrio de interesses entre a saúde, a
economia e o estado psicológico das pessoas. Nem tudo é a preto e branco",
diz Parmelin.
Acrescentou
que o Conselho Federal tomou nota dos últimos avisos dos cientistas, que temem
em particular uma terceira vaga, numa altura em que os hospitais suíços estão
perto da saturação.
"Estas
análises fazem parte do papel dos cientistas e especialistas", acrescentou
Parmelin, mas "é o papel da política decidir". In “Contacto”
- Luxemburgo
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