Num comunicado conjunto, Unicef e Programa Mundial de
Alimentos, PMA, informam que a situação afeta 370 milhões de crianças que
deixaram de receber 40% das refeições no colégio. Muitos alunos têm nas escolas
a sua única fonte de alimentação, as agências pedem que tema seja prioridade na
reabertura das instituições de ensino
Um
relatório das duas agências da ONU revela que o encerramento das escolas por
causa do novo coronavírus gerou uma grande crise nutricional pelo mundo.
Segundo
o estudo “Covid-19, perdendo mais que as aulas”, numa tradução livre, mais de
370 mil crianças foram afetadas. Muitas delas dependem da refeição escolar para
sobreviver. O relatório foi compilado com o apoio do Instituto Innocenti, da
Unicef, e do Programa Mundial de Alimentos, PMA.
Transmissão
Desde
o encerramento das escolas, em março passado, mais de 39 mil milhões de refeições
deixaram de ser distribuídas em todo o globo. A chefe do Unicef, Henrietta
Fore, disse que apesar das provas contundentes de que as escolas não são um
centro de transmissão da Covid-19, milhões de crianças continuam fora das salas
de aula. E para os alunos que só comem no colégio, o encerramento representa
mais do que perder o ensino, as crianças deixam de receber a nutrição para
crescerem.
Fore
afirmou que à medida em que se espera a vacina e se discute a reabertura das
instituições de ensino, é preciso priorizar a refeição escolar. Defende mais
investimento na higienização com fornecimento de sabão e água limpa em cada
escola ao redor do mundo.
Êxodo escolar
Um
motivo de preocupação para a Unicef é o êxodo escolar. Com a pandemia, 24
milhões de alunos correm o risco de desistir da educação, o que causaria um
retrocesso no aumento do número de matrículas, obtido nas últimas décadas.
O
diretor-executivo do Programa Mundial de Alimentos, David Beasley, disse que a
perda da refeição escolar prejudica o futuro de milhões de crianças pobres pelo
mundo. E o risco é para uma geração inteira.
Durante
a pandemia, houve uma redução de 39% na cobertura de serviços da refeição
escolar incluindo programas de micronutrientes em países de rendimentos baixos
e média.
Além
disso, os projetos de combate à má nutrição infantil também foram prejudicados.
Com o fecho do ano passado, em alguns países, toda a refeição escolar foi
suspensa.
Adolescentes com anemia
Antes
da pandemia, em 68 nações, pelo menos a metade das crianças entre 13 e 17 anos
indicavam sentir fome.
Dados
de 17 países indicam que dois terços dos adolescentes entre 15 e 19 anos estão
abaixo do peso. E mais da metade das adolescentes no sul da Ásia sofrem com
anemia.
Nas
áreas mais afetadas pelo vírus ébola, em 2014, no oeste da África, a
insegurança alimentar aumentou em países que já sofriam altos níveis de
subnutrição. E esta mesma tendência ocorreu em muitas nações durante a crise da
Covid-19 incluindo a África Subsaariana e o sul da Ásia.
As
refeições escolares são vitais para garantir a nutrição, o crescimento e o
desenvolvimento da criança além de ser um forte incentivo para os alunos,
especialmente crianças nos países mais pobres e em comunidades mais
marginalizadas.
E
no caso das raparigas, estar fora da escola é um risco de ser vítima de
casamentos forçados e de outros tipos de violência de género. ONU News –
Nações Unidas
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