Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

domingo, 31 de janeiro de 2021

Nações Unidas - Pandemia corta mais de 39 mil milhões de refeições escolares gerando crise de nutrição

Num comunicado conjunto, Unicef e Programa Mundial de Alimentos, PMA, informam que a situação afeta 370 milhões de crianças que deixaram de receber 40% das refeições no colégio. Muitos alunos têm nas escolas a sua única fonte de alimentação, as agências pedem que tema seja prioridade na reabertura das instituições de ensino



Um relatório das duas agências da ONU revela que o encerramento das escolas por causa do novo coronavírus gerou uma grande crise nutricional pelo mundo.

Segundo o estudo “Covid-19, perdendo mais que as aulas”, numa tradução livre, mais de 370 mil crianças foram afetadas. Muitas delas dependem da refeição escolar para sobreviver. O relatório foi compilado com o apoio do Instituto Innocenti, da Unicef, e do Programa Mundial de Alimentos, PMA.

Transmissão

Desde o encerramento das escolas, em março passado, mais de 39 mil milhões de refeições deixaram de ser distribuídas em todo o globo. A chefe do Unicef, Henrietta Fore, disse que apesar das provas contundentes de que as escolas não são um centro de transmissão da Covid-19, milhões de crianças continuam fora das salas de aula. E para os alunos que só comem no colégio, o encerramento representa mais do que perder o ensino, as crianças deixam de receber a nutrição para crescerem.

Fore afirmou que à medida em que se espera a vacina e se discute a reabertura das instituições de ensino, é preciso priorizar a refeição escolar. Defende mais investimento na higienização com fornecimento de sabão e água limpa em cada escola ao redor do mundo.

Êxodo escolar

Um motivo de preocupação para a Unicef é o êxodo escolar. Com a pandemia, 24 milhões de alunos correm o risco de desistir da educação, o que causaria um retrocesso no aumento do número de matrículas, obtido nas últimas décadas.

O diretor-executivo do Programa Mundial de Alimentos, David Beasley, disse que a perda da refeição escolar prejudica o futuro de milhões de crianças pobres pelo mundo. E o risco é para uma geração inteira.

Durante a pandemia, houve uma redução de 39% na cobertura de serviços da refeição escolar incluindo programas de micronutrientes em países de rendimentos baixos e média.

Além disso, os projetos de combate à má nutrição infantil também foram prejudicados. Com o fecho do ano passado, em alguns países, toda a refeição escolar foi suspensa.

Adolescentes com anemia

Antes da pandemia, em 68 nações, pelo menos a metade das crianças entre 13 e 17 anos indicavam sentir fome.

Dados de 17 países indicam que dois terços dos adolescentes entre 15 e 19 anos estão abaixo do peso. E mais da metade das adolescentes no sul da Ásia sofrem com anemia.

Nas áreas mais afetadas pelo vírus ébola, em 2014, no oeste da África, a insegurança alimentar aumentou em países que já sofriam altos níveis de subnutrição. E esta mesma tendência ocorreu em muitas nações durante a crise da Covid-19 incluindo a África Subsaariana e o sul da Ásia.

As refeições escolares são vitais para garantir a nutrição, o crescimento e o desenvolvimento da criança além de ser um forte incentivo para os alunos, especialmente crianças nos países mais pobres e em comunidades mais marginalizadas.

E no caso das raparigas, estar fora da escola é um risco de ser vítima de casamentos forçados e de outros tipos de violência de género. ONU News – Nações Unidas


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