A obra “Será este livro um romance?”, do escritor João Melo, vai ser publicada em Outubro na China Continental e em Macau, numa edição conjunta das editoras Lijiang e Macanese, numa colectânea intitulada “Série Países de Língua Portuguesa”
A
obra foi publicada originalmente pela editora portuguesa Caminho em 2022.
João
Melo, premiado autor angolano, já publicou, além de Angola, Brasil e Portugal,
em países como Cuba, Espanha, França, Itália, Reino Unido, Estados Unidos e
Tunísia. Este ano, os seus livros são esperados na Índia e na Polónia.
A
Lijiang Publishing, com sede em Guilin, é uma editora chinesa conhecida por
livros sobre ciências sociais, literatura e arte, incluindo uma série de
clássicos da literatura francesa e obras de escritores nacionais famosos. Como
membro do Guangxi Publishing Media Group, a Lijiang Publishing tem uma presença
significativa no mercado editorial chinês.
Entre
outras séries notáveis, publicou a série “O Nobel, Literatura Francesa do
Século XX”. Trabalha com vários autores chineses renomados, como Liu Xin Wu,
Liu Yong, Jia Ping Wa, Zhu Guang Qian e Zhou Ru Chang. João Melo, que escreve
há mais de 50 anos, é conhecido principalmente pela sua poesia e também pelos
seus contos, bem como pelas suas extensas contribuições à imprensa angolana e
de outros países de língua portuguesa.
Segundo
uma nota de imprensa da Kalunga - Divulgação & Produções Afro-Atlânticas, a
que o Jornal de Angola teve acesso, o professor e tradutor britânico David
Brookshaw, que acaba de assumir o cargo de editor de África na Dedalus,
escreveu o seguinte sobre o primeiro romance do autor angolano:
“O
título deste primeiro romance do proeminente contista, poeta e ensaísta
angolano, João Melo, pode ser traduzido como: “Isto é realmente um romance?”.
Como o título sugere, não se trata de um romance africano prototípico, como
aqueles que os leitores ocidentais (e, claro, os editores) estão acostumados a
esperar. E, no entanto, à sua maneira, trata precisamente da camisa de força
temática e das restrições que o público leitor fora da África determinou que
deveriam constituir a literatura daquele continente”.
“Melo
brinca com noções sobre autenticidade do autor, confiabilidade do narrador e
perspectiva, introduzindo um elemento de realismo mágico quando Leonardo da
Vinci (o pioneiro da perspectiva na pintura) é visto a ter uma conversa séria
numa mesa de café em Luanda.
Mas
também é um romance que comenta a política de Angola após a retirada da vida
política do segundo Presidente do país, José Eduardo dos Santos, em 2018,
substituído pelo actual Presidente, João Lourenço, cuja missão era supostamente
erradicar a corrupção. O romance também foi escrito tendo como pano de fundo a
pandemia global e o lockdown de 2020/1, que serve como um marcador
cronológico no desenvolvimento da história”, lê-se na nota da Kalunga. In “Jornal
de Angola” - Angola
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