A exposição colectiva “Constelação Angola” inaugurada, na noite da passada sexta-feira, no Espaço Luanda Arte (ELA), na capital do país, reúne obras de nomes incontornáveis e emergentes da arte contemporânea angolana que formam uma galáxia de vozes visuais, expressões criativas e afirmações identitárias
Entre
os artistas que têm obras na exposição constam os nomes de Vitex, Maria
Belmira, António Olé, Francisco Van-Dúnem “Van”, Vidal dos Santos, Nelo
Teixeira, Uolofé, Ricardo Kapuka, Yola Balanga, Lord Cave e Alcides Malaika.
Para
essa exposição, os artistas usaram várias técnicas, nomeadamente a tinta
acrílica, tinta de óleo, fotografias, colagens e papel. Além desses materiais,
os artistas também usaram bidons, cadeiras e caixas, que Dominick Maia Tanner,
director do ELA, considera fundamentais e peças de museu, que são vendidas para
a sustentabilidade dos criadores.
As
obras ficam patentes na galeria do ELA, até ao próximo dia 29 de Novembro.
Em
declarações ao Jornal de Angola, Dominick Maia Tanner, curador e
responsável pela exposição, disse que esta exposição não é apenas um
agrupamento de artistas, é na sua óptica o reflexo vivo de meio século da
Independência, resistência cultural e de permanente reivindicação criativa.
Os
artistas angolanos, avançou, enfrentam desafios profundos fruto do contexto
político instável, escassez de infra-estruturas culturais, dificuldades no
acesso aos materiais, mercados e falta de políticas culturais sustentáveis.
Para
o curador, a resiliência transformou-se em marca e a arte angolana floresceu
com uma força própria, pois a geração pioneira abriu caminhos e conseguiu
construir narrativas visuais que acompanharam a reconstrução nacional. Por
outro lado, os artistas jovens trouxeram novas linguagens, experimentações,
conceitos e diálogos com a contemporaneidade global para as artes visuais e
plásticas.
O
produtor reforçou que as obras expostas são reflexos da qualidade dos trabalhos
que os artistas têm apresentado, apelando ao Ministério da Cultura e demais
entidades a apoiarem as artes plásticas que têm se destacado muito nos últimos
anos no mundo criativo.
O
Ministério da Cultura, reforçou, precisa incentivar também as artistas mães,
pois as mesmas têm muitas dificuldades para desenvolver as suas actividades por
causa dos filhos menores.
Durante
a sua abordagem, Dominick Maia Tanner disse que a arte contemporânea angolana é
um testemunho de resistência e de afirmação, por traduzir a luta pela minoria,
a valorização da diversidade cultural e o desejo de proteger Angola de forma
local endógena e além-fronteiras.
As
obras reunidas nesta exposição, acrescentou, são fragmentos luminosos de um
mesmo “corpo “que simboliza a arte angolana, afirmando que é urgente que a arte
angolana conquiste o lugar que merece no universo da arte africana e
internacional. Elisabete Ferraz – Angola in “Jornal
de Angola”
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