O auditório da UCCLA vai acolher, dia 4 de outubro, às 18 horas e 30 minutos, o lançamento do livro “Rótulos Atribuídos, Rótulos Assumidos - Memórias e Identidades Políticas em Angola - Da Luta Armada Anticolonial ao 27 de Maio de 1977 (1960-1977)” do historiador Jean-Michel Mabeko-Tali, que nos revela o papel instrumental das rotulações políticas, atribuídas e/ou assumidas, que justificam as motivações faccionais.
Com
a chancela da Guerra e Paz Editores, a obra será apresentada por José Bastos.
O
lançamento será transmitido em direto através da página do Facebook da UCCLA em:
https://www.facebook.com/UniaodasCidadesCapitaisLinguaPortuguesa
Sinopse:
Tornou-se
um lugar-comum realçar o permanente estado de hostilidade entre os diferentes
grupos da elite colonial angolana que estão na origem dos três movimentos de
libertação. A troca de rótulos políticos teve início na formação dos movimentos
nacionalistas e culminou na longa crise que levou ao 27 de Maio de 1977 – a
maior tragédia da história do MPLA, cujas consequências ainda dividem a
sociedade angolana.
Nito
Alves é a figura que melhor encarna essa guerra de rótulos, sendo aqui
analisadas as Treze Teses em Minha Defesa, seu indubitável legado
político-ideológico e uma peça fundamental para radiografar as lutas internas
do MPLA.
Em
Rótulos Atribuídos, Rótulos Assumidos, o historiador Jean Michel Mabeko Tali
revela o papel instrumental das rotulações políticas, atribuídas e/ou
assumidas, que justificam as motivações faccionais. Procurando ultrapassar a
barreira paralisante das estatísticas macabras dos mortos do 27 de Maio de
1977, propõe bases para relançar um debate objectivo sobre o papel das
identidades políticas na Angola do século XX – e o seu lugar nas memórias
históricas divergentes, ilustrativas tanto da luta estilhaçada pela
independência quanto das lutas pelo controlo do aparelho burocrático do
partido-Estado MPLA a seguir ao 11 de Novembro de 1975.
De
acordo com a Guerra e Paz Editores “Revolucionários, bolcheviques, kwachas,
mencheviques, maoistas, comunistas, fascistas, nitistas, reaccionários,
neocolonialistas, colaboracionistas, sectaristas, fraccionistas. Tornou-se um
lugar-comum realçar o permanente estado de hostilidade entre os diferentes
grupos da elite colonial angolana que estão na origem dos três movimentos de
libertação. Mas que papel efectivo tiveram as rotulações políticas, atribuídas
e/ou assumidas, para as motivações faccionárias que conduziram ao massacre de
27 de Maio de 1977? Em Rótulos Atribuídos, Rótulos Assumidos: Memórias e
Identidades Políticas em Angola – Da Luta Armada Anticolonial ao 27 de Maio de
1977 (1960-1977), Jean-Michel Mabeko-Tali, prestigiado historiador congolês e filho
adoptivo de Lúcio Lara, fundador do MPLA, relança este importante debate para a
história de Angola, num livro fundamental para analisar o período conturbado de
1960-1977.
O
livro Rótulos Atribuídos, Rótulos Assumidos: Memórias e Identidades Políticas
em Angola é um documento rigoroso, mas de leitura acessível a todos, que propõe
bases para relançar um debate objectivo sobre o papel das identidades políticas
na Angola do século XX – e o seu lugar nas memórias históricas divergentes,
ilustrativas tanto da luta estilhaçada pela independência quanto das lutas pelo
controlo do aparelho burocrático do partido-Estado MPLA a seguir ao 11 de
Novembro de 1975.”
Biografia do autor:
Jean-Michel Mabeko-Tali nasceu no Congo-Brazzaville. É doutorado em História
pela Universidade Paris VII – Denis Diderot, mestre em Estudos Africanos pela
Universidade Bordeaux III e licenciado em História e Geografia pela
Universidade de Saint-Etienne, em França.
Radicado
em Angola em 1976, foi docente no ensino médio e na Universidade Agostinho
Neto. Em 2002, mudou-se para os Estados Unidos, onde é professor catedrático de
História de África na Universidade de Howard, em Washington.
Especialista
na história política de Angola e do Congo, foi membro do Comité Científico
Internacional da UNESCO para o Uso Pedagógico da História Geral de África de
2009 a 2018. É habitualmente convidado para palestras em universidades
africanas, europeias e brasileiras.
Autor
de numerosos ensaios e artigos, bem como do livro Guerrilhas e Lutas Sociais: O
MPLA Perante Si Próprio – 1960-1977 e de obras de ficção, foi distinguido, em
2022, com o Prémio Nacional de Cultura e Artes de Angola, pela carreira
académica e pelos trabalhos de investigação em ciências humanas e sociais.
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