Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

França - Cemitério português de Richebourg é Património Mundial da Humanidade

A UNESCO classificou, na quarta-feira (20), 139 lugares de memória da I Guerra Mundial em França e na Bélgica, incluindo o cemitério português de Richebourg, onde estão sepultados 1831 soldados portugueses que morreram no conflito


Esta é uma candidatura que a França e Bélgica lançaram em conjunto em 2017 e cuja apreciação tinha sido adiada para 2021. Dois anos depois desta data, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) conferiu o estatuto de Património Mundial da Humanidade a estes lugares, muitos deles cemitérios, que evocam a memória dos soldados mortos na I Guerra Mundial.

O cemitério de Richebourg, no departamento de Pas-de-Calais, onde entre 1924 e 1938 foram sepultados 1831 soldados portugueses, faz parte deste conjunto e nas últimas décadas tem aproximado esta região de Portugal.

“Somos o território da I Guerra Mundial e por isso há amizade, cooperação internacional, valorização da memória e muitos voluntários para fazer viver esta memória. Por exemplo, a cidade Arras é geminada com a Batalha, o presidente da Câmara de Richebourg foi à casa do soldado Milhões em Murça, há uma grande cooperação entre as cidades. E a ideia de desenvolver mais o conhecimento sobre a participação portuguesa na Guerra e o turismo da memória, é algo muito importante”, afirmou Bruno Cavaco, cônsul honorário de Portugal em Lille, em declarações à agência Lusa. Há vários anos que este cemitério é cuidado pela Associação União Franco-Portuguesa de Richebourg, que lidera anualmente as comemorações da participação dos soldados portugueses neste conflito, apoiada pelas autoridades locais. O cemitério foi recentemente alvo de obras por parte do Ministério da Defesa de Portugal, com o então ministro desta pasta, João Gomes Cravinho, a dizer que o investimento na memória é “um investimento no presente e no futuro”.

Em 2018, este cemitério já tinha recebido obras de requalificação já que fez parte das celebrações do centenário da Batalha de La Lys, a maior derrota militar portuguesa na I Guerra Mundial, recebendo a visita do presidente Marcelo Rebelo de Sousa, mas também do presidente francês, Emmanuel Macron. Só na batalha de La Lys terão morrido cerca de 500 portugueses e milhares foram feitos prisioneiros.

A classificação deste conjunto de monumentos engloba ainda um cemitério indiano, vários cemitérios ingleses e canadianos e também um cemitério chinês, com 842 campas de chineses que trabalhavam para o Exército britânico e que pereceram durante os combates. A Comissão do Património Mundial da UNESCO está reunida até 25 de setembro, em Riade, na Arábia Saudita, apreciando as candidaturas de monumentos em todo o mundo. In “Milénio Stadium” – Canadá com “Lusa”


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