Documento que atesta a atribuição do Prémio Camões 2011 ao escritor portuense foi adquirido pela Fundação Ilídio Pinho e cedido em comodato à Universidade do Porto
É
o “comprovativo” da atribuição do mais importante prémio literário de Língua
Portuguesa a um dos mais celebrados escritores portugueses das últimas décadas
e, a partir de agora, passa a estar acessível a quem visitar a “Casa dos
Livros” da Universidade do Porto, morada escolhida para acolher o diploma do
Prémio Camões 2011 atribuído ao escritor e jornalista Manuel António Pina (1943-2012).
Até
aqui na posse da família, o diploma do Prémio Camões de Manuel António Pina foi
recentemente adquirido pela Fundação Ilídio Pinho, que decidiu cedê-lo, em
regime de comodato, ao Centro de Estudos da Cultura em Portugal da U.Porto
(CECUP), sediado na “Casa dos Livros”.
“É
um momento simbólico extraordinário porque aqui na «Casa dos Livros» temos
vários acervos determinantes para a cultura portuguesa do século XX e entre
esses acervos temos o acervo digital de Manuel António Pina. Portanto, faz todo
o sentido acoplarmos a esse acervo este tipo de «marcas», que dão cor, dão vida
à sua memória e enriquecem o acervo”, destacou Paula Pinto Costa, diretora da
Faculdade de Letras da U.Porto, à margem da cerimónia de assinatura do contrato
de comodato, realizada esta quinta-feira, no Palacete Burmester, morada da “Casa dos Livros” desde abril de
2022.
O
contrato de comodato é válido por 25 anos, período em que a U.Porto ficará
responsável por “preservar e a conservar o diploma”, podendo utilizá-lo “para
promover o seu estudo e divulgação, bem como disponibilizar a sua consulta ao
público”.
“Ao
entregar o diploma do Prémio Camões de Manuel António Pina à Universidade do
Porto, a Fundação Ilídio Pinho quer ajudar a fortalecer a Casa dos Livros da
Faculdade de Letras onde já se encontram também o espólio de Vasco Graça Moura
e Eugénio de Andrade”, referiu a Fundação, em comunicado.
Um tesouro entre tesouros
Assinado
por Aníbal Cavaco Silva e Dilma Roussef, Presidentes da República de Portugal e
do Brasil à data da atribuição do Prémio Camões 2011 a Manuel António Pina, o
histórico diploma junta-se assim ao acervo digital de Manuel António Pina que
já se encontra à guarda da Centro de Estudos da Cultura em Portugal da U.Porto.
Entre
os materiais disponíveis para consulta (mediante autorização da família)
incluem-se desenhos, rascunhos de poemas, correspondência, cadernos, originais
dos livros, entre outros documentos digitalizados pela FLUP ao abrigo de um
projeto financiado pela Fundação Gulbenkian.
Esta
nova “aquisição” reforça igualmente a missão que o CECUP vem desenvolvendo ao
nível do acolhimento, promoção, divulgação e valorização de um conjunto
relevante de acervos documentais de elevado interesse para a cultura e a
literatura portuguesas.
Entre
os grandes autores de língua portuguesa que já habitam a «Casa dos Livros»
incluem-se nomes como Vasco Graça Moura, Eugénio de Andrade, Herberto Helder,
Maria Virgínia Monteiro, Óscar Lopes, António Cortesão ou, mais recentemente,
Ana Luísa Amaral.
Sobre Manuel António Pina
Natural
do Sabugal, na Beira Alta, Manuel António Pina (1943-2012) é autor de uma vasta
obra de poesia e de literatura infantil, de inúmeras peças de teatro e de
livros de ficção e de crónica. Foi jornalista no Jornal de Notícias e colaborou
com o Expresso, Jornal de Letras, Visão, Rádio Porto e RTP. Na sua carreira foi
também professor na Escola Superior de Jornalismo.
Publicou
livros de poesias como “Um sítio onde pousar a cabeça”, “Cuidados
intensivos”, “Nenhuma palavra, nenhuma lembrança” e “Como se
desenha uma casa”.
Na
literatura infantil, destacam-se “O país das pessoas de pernas para o ar”,
“O têpluquê”, “Gigões & anantes”, “História com reis, rainhas,
bobos, bombeiros e galinhas”, e “O tesouro”.
Faleceu
no Porto a 19 de outubro de 2012, um ano depois de ter sido distinguido com o
Prémio Camões, o qual nunca chegou a receber em mãos. Universidade do Porto - Portugal
Ver biografia completa
Sem comentários:
Enviar um comentário