Vai
decorrer de 13 a 17 de setembro, a 8.ª edição do Festival de Poesia de Lisboa,
evento que incentiva a leitura, fomenta a democratização da palavra e valoriza
a poesia em língua portuguesa. A abertura do Festival terá lugar na UCCLA no
dia 13 de setembro, às 19 horas, com homenagem à poeta Adélia
Prado, seguida do espetáculo "Afetos navegantes: olhar o porto do
mar" com Marina Campanatti.
Adélia Prado é
poeta e autora de 18 livros, entre poesia, prosa e infantis. Já foi contemplada
com o Prémio Jabuti (1978), Prémio ABL de Literatura Infantojuvenil (2007),
Prémio Literário da Fundação Biblioteca Nacional (2010), Prémio da Associação
Paulista dos Críticos de Arte (2010), Prémio Clarice Lispector (2016) e Prémio
Governo de Minas Gerais de Literatura pelo conjunto da obra (2016).
O espetáculo
“Afetos Navegantes: olhar o porto do mar" com Marina Campanati
decorrerá a partir das 20h30. É um espetáculo que apresenta, ao longo da
narrativa, a perspetiva de uma educadora brasileira, que cruza o oceano e
encontra na Amadora, a oportunidade de desenvolver o seu trabalho nas ruas dos
bairros sociais num rico encontro com as comunidades ciganas e africanas. Nesse
encontro multicultural típico da cidade, apresenta questionamentos acerca dos
estigmas relacionados às identidades e suas complexidades. O espetáculo tem
como fio condutor a união entre o teatro e a poesia, trazendo à cena a vida do
bairro social, suas potências, seus desafios, mas acima de tudo, apresenta
pontos de vista de alguém que está lá, com uma escuta ativa e um grande desejo
de resinificar a forma como nos afetamos.
Marina
Campanatti é brasileira, atriz, artista pedagoga, educadora, pesquisadora,
poeta e gente. Busca nas palavras e nos afetos compreender e instigar os
olhares aos lugares de poder que ocupamos. Formada em teatro e cinema e mestre
em Teatro e Comunidade pela Escola Superior de Teatro e Cinema- IPL. Trabalha
atualmente nas ruas dos bairros sociais na Amadora com toda a comunidade e o
foco principal: as crianças. Autora do livro Afetos Navegantes: Olhar o porto
do mar, publicado pela editora Urutau.
O
8.º Festival de Poesia de Lisboa é todo pensado para a movimentação pela
cidade. Por isso, ao longo dos 5 dias o Festival ruma por 6 espaços parceiros:
UCCLA - União das Cidades Capitais da Língua Portuguesa, Fábrica Braço de
Prata, Valsa, Livraria da Travessa, Jardim do Príncipe Real e Biblioteca de
Alcântara.
No
dia 14 de setembro, o Festival passará por Marvila, no património histórico que
é tanto o palacete oitocentista quanto o centro cultural & museu popular de
arte viva da Fábrica Braço de Prata. No dia 15, haverá um workshop na
Graça, no espaço que faz parte do Colectivo Coral e que é um ambiente
alternativo e seguro para as vivências de diversidade, a Valsa. Depois, no fim
da tarde o festival estará no Príncipe Real, na Livraria da Travessa, livraria
que é um pedaço do Brasil em Lisboa, e que terá uma mesa à venda com os títulos
de alguns dos convidados. Para encerrar a noite, o Jardim do Príncipe Real será
ocupado com um Poetry Slam, a primeira edição promovida pelo Festival nesta
linguagem da poesia. Para encerrar, os dias 16 e 17 de setembro serão passados
na Biblioteca de Alcântara.
Historial:
O
Festival de Poesia de Lisboa nasceu em 2016 com o objetivo de incentivar a
leitura, fomentar a democratização da palavra e valorizar a poesia de língua
portuguesa. Já foram realizadas 7 edições do Festival, com apoio do Instituto
Camões e diversos outros parceiros fundamentais, como o Museu da Língua
Portuguesa, a Associação ILGA Portugal e os Espaços Parceiros (Padrão dos
Descobrimentos, Valsa, Livraria da Travessa, Espaço Espelho D’Água e Fábrica
Braço de Prata).
A
jornada tem sido construir uma festa aliada às pautas urgentes que atravessam
classe, raça, género, corpo e terra para que possamos todos inventar um lugar
possível colocando em cena o discurso poético.
Até
hoje, a iniciativa alcançou mais de 500 poetas em 15 países, publicou 7
antologias poéticas, realizou 19 oficinas criativas, 32 palestras & mesas,
6 espetáculos poéticos e 10 tertúlias - somando os formatos virtual e
presencial.
Os
poetas homenageados, e presentes na programação, até o momento foram: Manuel
Alegre (2019), Conceição Evaristo (2020), Mia Couto (2021) e Ana Luísa Amaral
(2022).
Com
o fim da pandemia, a última edição foi realizada em formato presencial nos dias
14 a 18 de setembro de 2022, em diversos pontos culturais da cidade de Lisboa e
a esta acontecerá entre os dias 13 e 17 de setembro de 2023.
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