O Festival da Lusofonia, agendado para os dias de 27 a 29 de Outubro e está a ser preparado pelas respectivas associações representativas dos países ou regiões que, como habitualmente, apresentam as suas “barraquinhas” junto às Casas-Museu da Taipa. A edição de 2023 marca o regresso de artistas das nações de expressão portuguesa, cujos nomes estão ainda a ser negociados. O destaque da “feira popular” deste ano é Portugal, que disponibilizará menus gastronómicos especiais durante os três dias do evento. Do lado da Casa de Portugal, Amélia António lamenta, que o espectáculo da fadista Gisela João, integrado no Festival Internacional de Música, esteja marcado para a principal noite do Festival da Lusofonia
Já
começou a azáfama das associações que representam os países ou regiões onde se
fala a língua portuguesa e que tradicionalmente participam no Festival da
Lusofonia. O evento vai decorrer entre 27 e 29 de Outubro, mas os principais
pormenores da organização ainda não vieram a lume.
No
entanto, o Jornal Tribuna de Macau sabe que, por exemplo, Moçambique contará,
para a semana cultural que servirá de suporte ao festival, com a presença de um
cozinheiro. Não será o já conhecido chef Graça, que aqui esteve na Semana da
Gastronomia daquele país africano, “mas um outro”, segundo disse a este jornal
Tiago Azevedo, vice-presidente da Associação dos Amigos de Moçambique. Também a
Associação dos Macaenses terá um tema específico para a sua tenda, “o mar”,
segundo revelou Miguel de Senna Fernandes.
A
partir da edição de 2022, que ficou reduzida a sexta-feira e sábado, em virtude
do cancelamento das actividades de domingo, por causa da evolução da epidemia,
a organização pretende dar destaque a um dos países ou regiões que fazem parte
das actividades da festa. No ano passado foi Macau, como local anfitrião. Em
2023 o foco vai para Portugal e por isso, como referiu Amélia António, “temos a
responsabilidade de fazer mais coisas nos nossos espaços, onde habitualmente
disponibilizamos petiscos e artesanato”.
Desta
feita, como Portugal é “o destaque da feira” haverá “pratos de comida nos
jantares dos três dias no restaurante do Largo do Carmo”. Sobre outras
novidades, a dirigente não quis “levantar o véu”, mas foi dizendo que,
provavelmente, tentarão fazer “uma coisa maior do que é hábito na barraquinha,
dando assim alguma relevância pelo facto de ser o nosso ano”. “Queremos
essencialmente fazer um reforço da divulgação de algumas das actividades da
Casa de Portugal, por forma a termos uma visibilidade maior”, acrescenta.
Sobre
os grupos que virão actuar, Amélia António acredita que virá alguém de
Portugal, “mas isso é tratado a nível interno, do Instituto Cultural, que
programa e decide, não passando pelas associações”. “Só saberemos quando eles
nos informarem”.
De
resto, frisa a presidente da associação de matriz lusa, “a Casa normalmente
participa na organização dos jogos tradicionais, no campeonato de matraquilhos
e outras actividades ao longo dos três dias do festival”.
Sobre
a festa popular em si e o que significa para as comunidades, em especial a
lusófona, Amélia António recorda que “este foi o único evento, organizado com
percalços, dificuldades ou não, que aguentou e nunca parou durante os anos de
covid”. A partir de agora, com a abertura das fronteiras “queremos é andar para
a frente”, frisa. Este ano poderá haver ainda maior afluência de pessoas, por
isso “há grande expectativa”, afirmou a responsável da Casa de Portugal.
Amélia
António lamenta, no entanto, que a actuação da fadista portuguesa Gisela João,
num espectáculo integrado no Festival Internacional de Música de Macau, tenha
sido agendado para a principal noite da festa lusófona nas Casas-Museu da
Taipa. “É de facto pena que as coisas não tenham sido programadas de modo a que
a sociedade possa tirar proveito de tudo, porque quem quer ir no sábado, que é
o dia maior da lusofonia, tem também o concerto da Gisela João”, observou. A
sobreposição “não faz sentido” e era necessária uma “maior coordenação nestes
eventos, porque são coisas que não acontecem em Macau todos os dias”. “Tenho
pena”, disse.
Macaenses focam-se no “mar”
O
nosso jornal ouviu também Miguel de Senna Fernandes, que destacou que a
Associação dos Macaenses (ADM) vai participar “com todo o seu ânimo” e com a
barraquinha habitual no Festival da Lusofonia. “Ali serão servidos petiscos,
bebidas e vai haver artesanato também”. Neste ano, o stand da associação terá
motivos de mar, ou seja, “o cais”, porque embora “não seja uma ideia nova das
participações da ADM na lusofonia, (…) queremos mais uma vez evocar o mar
porque, no fundo, Macau tem muito a ver com o mar”.
Miguel
de Senna Fernandes completa a ideia dizendo que “foi através do mar que Macau
foi descoberto e a sua singularidade começa daí, portanto o mar sempre foi um factor
importante para a existência de Macau”.
A
par disto, prossegue, “vai haver o artesanato e já temos várias pessoas a fazer
as coisas para serem apresentadas”. Não será um artesanato de um estilo único,
é mais um artesanato diversificado, “para dar oportunidade a que, quem sabe,
mais tarde possam aparecer novas artesãs”, e dar azo a que determinadas pessoas
que demonstraram ter algum jeito para este tipo de arte “possam brilhar também
na tendinha da ADM”.
Por
outro lado, na banca de artesanato “estarão as bonecas da tradicional
‘Batê-Saia’, que é o vestir a noiva (boneca), com ornamentos de papel, que já
foi alvo de um workshop recentemente e despertou muito interesse nas pessoas”.
Vai estar presente a artesã Fátima Sousa, “para mostrar como decorar a noiva, a
boneca”. Isto para além de música. “Contamos com os mesmos artistas, porque
ainda não há possibilidade de outras alternativas, já que os custos não são
pequenos”. Em suma, Senna Fernandes acredita que “vai ser uma Lusofonia boa,
uma bela festa”. “Só espero que não se repitam os mesmos incidentes do ano
passado, que foi reconhecidamente uma infelicidade”.
Moçambique
é outra das presenças assíduas na festa lusófona. Tiago Azevedo, dirigente da
Associação dos Amigos daquele país africano, para além de ter referido que virá
um chef para cozinhar iguarias de várias regiões de Moçambique, “de norte a
sul”, disse que a tenda moçambicana terá como principal destaque Quelimane, que
é a maior cidade da província da Zambézia. Vitor Rebelo – Macau in “Jornal
Tribuna de Macau”
Sem comentários:
Enviar um comentário