A Teledifusão de Macau assinou ontem acordos de cooperação com quatro televisões de países lusófonos, que expressaram interesse em conteúdo audiovisual em português sobre a China
Os
acordos preveem a troca de conteúdo, algo que já está a acontecer “há algum
tempo” entre a TDM a TVS – Televisão Santomense, disse o director de informação
do canal público de São Tomé e Príncipe.
Nelson
Tavares Silva disse que a TVS tem vindo a transmitir programas traduzidos para
a língua portuguesa pela emissora de Macau, sobre temas como “a cultura chinesa
e o avanço tecnológico que se verifica na China”.
Além
de ajudar a “diversificar a grelha de programação” da TVS, “a população de São
Tomé e Príncipe aprecia bastante esses conteúdos. Há mais informação sobre a
China, há mais interesse em conhecer a realidade chinesa”, disse o dirigente.
A
China “é um mundo fantástico, mas desconhecido ainda para o nosso público”,
admitiu a administradora executiva da RTC – Radiotelevisão Cabo-verdiana.
“Temos cada vez mais interesse em receber documentários culturais, históricos
sobre as regiões [da China], para também instruir as nossas audiências”, disse Margarida
Fontes.
A
dirigente da RTC sublinhou ainda que os acordos preveem ainda um apoio
financeiro da TDM aos canais de língua portuguesa e a possibilidade de
projectos de coprodução.
Para
o administrador executivo da TVM – Televisão de Moçambique, a prioridade é a
cooperação na formação de pessoal. “Estamos a empreender uma nova dinâmica
nesta área da produção de programas e temos gente nova na televisão que precisa
de ter formação”, explicou António Mugabe.
Também
Nelson Tavares Silva sublinhou que a formação de pessoal é algo que a TVS
“precisa e muito”, num momento em que a televisão de São Tomé e Príncipe está
em processo de transição do analógico para o digital.
Por
outro lado, Margarida Fontes disse que a cerimónia de ontem “possibilitou um
encontro entre as televisões de língua portuguesa que pode levar a outros
projectos”. Uma oportunidade destacada também pelo director-geral da TVE Bahia,
televisão pública do estado do nordeste do Brasil, que irá assinar um acordo
semelhante com a TDM na quinta-feira. “Vamos também conversar com as televisões
africanas para que possamos também trocar conteúdo entre Bahia e África”,
revelou à Lusa Flávio Gonçalves.
O
cônsul-geral de Angola em Macau, Eduardo Velasco Galiano, assinou o acordo em
nome da Televisão Pública de Angola (TPA), e explicou à Lusa que os
representantes do canal não puderam voar devido à ausência de um visto que lhes
permitisse fazer trânsito em Hong Kong.
O
programa da cerimónia de ontem incluiu ainda a assinatura de um acordo de
cooperação com a TGB – Televisão da Guiné-Bissau, algo que não aconteceu. O
director-geral da televisão estatal guineense, Tengna Na Fafe, que fazia parte
da lista de convidados, não esteve presente na cerimónia.
Televisão estatal chinesa cria centro para legendar
programas em português
A
televisão estatal chinesa Guangdong Radio and Television (GRT) criou um centro
para legendar em português programas que possam dar a conhecer aos países
lusófonos, “tridimensional e plenamente, a verdadeira China”. Num comunicado, o
Executivo de Macau disse que a GRT, uma televisão detida pelo Governo da
província vizinha de Guangdong, criou o Centro de Legendagem em Português da
Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, na Zona de Cooperação Aprofundada entre
Guangdong e Macau, na vizinha Hengqin. O comunicado revela ainda que será
lançada “uma série de programas originais produzidos pela GRT, com legendagem e
dobragem em português” e que dois programas serão transmitidos “nos principais
canais de televisão” dos países lusófonos. O objectivo é “dar a conhecer ao
público dos países de língua portuguesa (…) a cultura milenar chinesa e o novo
desenvolvimento da China, contando bem as histórias chinesas”, referiu o
Governo de Macau. A criação do centro foi anunciada num comunicado divulgado a
propósito da inauguração da exposição “Audio-Visual China – Histórias de Macau
e dos Países de Língua Portuguesa”. Durante a cerimónia de inauguração, o
editor-chefe adjunto da GRT, Shi Yanfeng, revelou que a empresa já legendou em
português “quase cinco mil minutos” (mais de 80 horas) de programação para
transmissão nos países lusófonos. In “Ponto Final” – Macau com “Lusa”
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