Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 20 de março de 2020

Guiné-Bissau - Precisa acelerar a aprovação de plano de contingência contra covid-19

A Organização Mundial da Saúde, OMS, avisou que as autoridades da Guiné-Bissau estão a perder tempo com a falta de aprovação do plano de contingência contra o novo coronavírus, elaborado com o apoio da agência da ONU.   

Os países vizinhos já têm casos confirmados. Até quinta-feira, o Senegal havia notificado 31 casos positivos e a Guiné-Conacri um. A Gâmbia, que tem muitas ligações com a Guiné-Bissau, também regista o covid-19.

Planos 

Em entrevista à ONU News*, o representante da OMS no país, Jean Marie Kipela, explicou a necessidade de aprovar o documento. O plano tem um orçamento de cerca de US$ 1 milhão. 

“No Plano de contingência, tudo está incluído, porque tem muitos pilares, incluindo prevenção, local de isolamento e quarentena e tratamento dos casos confirmados. Tudo isso está no plano, mas, até este momento, a implementação do plano não está a ser feito nem a mobilização dos recursos. O plano existe, mas não está ainda aprovado pelas autoridades para começar a implementação. Estamos a perder tempo porque a qualquer momento podemos ter casos.”

“A OMS está na frente para apoiar o país através das suas directrizes, através do reforço da capacitação das pessoas e também alertando o país para se preparar para enfrentar esta doença que, sendo uma pandemia, tem um risco muito elevado para todo o país. A nível da África, já temos 30 países infectados.” 

Testes

A agência da ONU também ajudou o país a conseguir a capacidade de realizar os seus próprios testes. Até terça-feira, a agência já tinha enviado quase 1,5 milhão de testes para 120 nações. A agência está a actuar com empresas para aumentar a disponibilidade destes exames para os mais carentes.

Desafios

Um relatório do Escritório Integrado de Construção da Paz da ONU na Guiné-Bissau, Uniogbis, publicado em 2017, destaca “enormes desafios" para o acesso à saúde no país de língua portuguesa.

Segundo o documento, a maioria das clínicas e postos básicos de saúde carecem de electricidade ou abastecimento de água e os salários no sector são baixos.

O relatório afirma ainda que a instabilidade política, a pobreza endémica, os deficits de prestação de contas, do acesso a alimentos, educação, água potável e saneamento levam a violações do direito à saúde.   

“No início, quando começou na China, só dois países africanos eram capazes de fazer o diagnóstico: Senegal e África do Sul. Agora, com o apoio da OMS e das Nações Unidas, já temos 40 países capazes de fazer o diagnóstico, incluindo a Guiné-Bissau. Neste momento, temos kits de diagnóstico, mas não em quantidades suficientes.”  ONU News com “Uniogbis”

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