Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 19 de março de 2020

Organização Mundial de Saúde - Confirma que começaram testes de primeira vacina contra covid-19

Além da imunização, a Organização Mundial da Saúde lança a iniciativa internacional chamada “Solidariedade” para testar tratamentos em vários países e partilhar resultados. O número de casos ultrapassou os 200 mil, mais de 8 mil pessoas morreram desde o mês de Dezembro, quando a nova estirpe do cononavírus apareceu na China



A Organização Mundial da Saúde, OMS, confirmou esta quarta-feira que começaram os testes da primeira vacina contra o novo coronavírus, covid-19. 

Em Genebra, o director-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, lembrou que o teste foi iniciado apenas 60 dias após estar terminada a sequência genética do vírus, dizendo que “é uma conquista incrível.”

Vacina

Tedros elogiou “os investigadores de todo o mundo que se reuniram para avaliar, de forma sistemática, esta terapia experimental." 

Na véspera desse anúncio, a ONU News conversou com a médica da OMS e chefe da área de vacina e medicamentos, Mariângela Simão. Ela falou, de Genebra, sobre os novos ensaios clínicos.

“Uma vacina não é desenvolvida de um dia para o outro. Demora tempo para fazer os estudos necessários para avaliar não só a eficácia, se a vacina funciona ou não, mas também se ela é segura, se ela é estável, se é aplicada em diferentes condições, para diferentes grupos etários, e tudo o mais. No momento, temos cerca de 20 ensaios clínicos, pesquisas, em andamento para desenvolvimento de vacinas.”

Testes

Além da vacina, o chefe da OMS informou que vários testes de pequena dimensão, com métodos diferentes, estão a decorrer. Disse, no entanto, que podem “não dar a prova clara e forte” que é necessária. 



Por causa disso, a OMS e vários parceiros estão a organizar uma iniciativa em muitos países para comprar os resultados de vários tratamentos. O grande estudo foi chamado de “Solidarity”, “Solidariedade”, em português.

Já o chefe da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse que "este grande estudo internacional foi projectado para gerar os dados robustos que são precisos, para mostrar quais tratamentos são os mais eficazes.”

Segundo ele, a iniciativa deve "fornecer procedimentos simplificados para hospitais sobrecarregados."

Muitos países já confirmaram que participarão da iniciativa Solidariedade, incluindo Argentina, Bahrein, Canadá, França, Irão, Noruega, África do Sul, Espanha, Suíça e Tailândia. Tedros acredita que “muitos outros participarão."

Ébola

Ao falar de uma outra doença, o ébola, ele informou ainda que o último caso na República Democrática do Congo foi registado há mais de um mês. Se continuar assim, o fim do surto deve ser declarado em menos de 30 dias.

O director-geral diz que "o mesmo espírito de solidariedade” que conduziu os esforços contra o ébola “deve ser empregado para derrotar o Covid-19.”

Dos mais de 200 mil casos do novo coronavírus relatados à OMS até quarta-feira, mais de 80% são de duas regiões, Ásia e Pacífico e Europa. 

Tedros disse que muitos países "estão a sentir-se sobrecarregados”, mas que a OMS é solidária com “as tremendas dificuldades” e “difíceis escolhas” que estão a fazer.

Resposta

Todos os dias, os funcionários da agência reúnem-se com ministros da Saúde, chefes de Estado, profissionais e administradores hospitalares, líderes do sector e chefes de empresas para ajudar na resposta. Tedros avisa que ninguém “deve presumir que a sua comunidade não será afectada” e que todos têm de se preparar.

Segundo ele, “há esperança” e “muitas coisas que todos os países podem fazer." Além de medidas físicas de distanciamento, os Estados-membros devem isolar, testar, tratar e rastrear os casos de infecção.



Coreia do Sul

O diretor-geral lembrou o caso da Coreia do Sul, onde no pico eram confirmados mais de 800 novos casos todos os dias, teve na terça-feira, apenas 90 notificações.

A OMS está a actuar com outros países para aplicar as lições aprendidas na Coreia do Sul, adaptando-as ao contexto local. 

Tedros também referiu a possível superlotação dos sistemas de saúde. Quando os hospitais estiverem cheios, os países podem usar instalações comunitárias para isolar e cuidar de casos leves. Se isso não for uma opção, esses pacientes podem ser atendidos em casa.

Segundo o chefe da OMS, essa “não é a situação ideal”, mas a OMS publicou um guia de como esses cuidados domiciliários podem ser prestados. 

Por fim, a OMS continua pedindo que todos os países implementem uma abordagem completa, para reduzir o número de casos durante o pico do surto. Segundo Tedros, “esta abordagem está a salvar vidas e a ganhar tempo para desenvolver vacinas e tratamentos."  ONU News – Nações Unidas

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