As autoridades angolanas vão passar a monitorizar a seca,
que afecta 1,3 milhões de pessoas em quatro províncias do sul de Angola,
através de dados de satélite, que vão permitir medir, quantificar e
diagnosticar o problema
Trata-se
do Projecto de Quantificação da Problemática da Seca no Sul de Angola, lançado em
Ondjiva, capital da província do Cunene, a mais afectada pela seca, pelo
Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN) do Ministério das
Telecomunicações e Tecnologias da Informação.
O
projecto, que vai monitorizar a seca com a utilização de dados de satélite,
visa demonstrar a implementação de um protótipo do sistema de exploração de
dados de satélite para a gestão hídrica e monitoramento da seca, avança uma
nota do Ministério das Telecomunicações e Tecnologias da Informação.
"Com
o Projeto de Quantificação da Problemática da Seca pretende-se explorar os
dados de satélites para se combater a problemática da seca, determinar a taxa
de ocupação do solo, identificar as fontes hídricas superficiais, determinar a
densidade populacional, realizar análises do histórico das precipitações das
regiões e do índice de vegetação e atuar na prevenção e monitorização das
secas", refere o comunicado.
Na
sua intervenção, o titular da pasta, José Carvalho da Rocha, disse que o
projecto "é um contributo para o melhoramento das condições sociais e
económicas do país, com especialistas nacionais e estrangeiros".
Uma
das participantes internacionais no projecto, que actua como investigadora
principal, é Danielle Wood, professora do Massachusetts Institute of
Technology, nos Estados Unidos da América.
Daniele
Wood destacou no seu discurso que a utilização do satélite de observação da
terra permite observar a previsão do caudal dos rios, estudar o solo, vegetação
e localização da população afetada pela seca.
Segundo
o ministro, o projecto é um trabalho conjunto do Instituto Nacional de
Meteorologia (Inamet), do GGPEN, universidades angolanas e dos ministérios do
Ambiente e do Ensino Superior, "na busca de melhores caminhos para
compreender cientificamente o problema da seca e as soluções".
Além
do Cunene estão afectadas pelo problema da seca as províncias do Cuando
Cubango, Huíla e Namibe.
O
governador da província do Cunene, Virgílio Tyova, ressaltou que a seca afectou
seriamente a vida e a economia daquela região no sul de Angola, vizinha da
República da Namíbia, estando em curso medidas de mitigação do problema,
nomeadamente a reabilitação de furos de água e a construção de 89 chimpacas
(pequenos lagos artificiais) para dar de beber ao gado e irrigar campos
agrícolas.
Hoje,
segundo anunciou Virgílio Tyova, está previsto o lançamento da primeira pedra
para a construção de três novas barragens naquela província. In “Angola
24 Horas” - Angola
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