O secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP) afirmou hoje que a previsível assinatura em julho próximo, em
Luanda, de uma convenção-quadro sobre mobilidade na comunidade de países língua
portuguesa será "um marco histórico"
Francisco
Ribeiro Telles discursava na sessão de abertura X reunião de ministros do
Turismo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), que decorre hoje
na cidade de São Filipe, na ilha cabo-verdiana do Fogo, tendo destacado na
intervenção o trabalho técnico que está a ser feito na preparação do acordo
sobre mobilidade para os nove Estados-membros.
Segundo
o diplomata, está prevista já uma reunião extraordinária do conselho de
ministros (ministros dos Negócios Estrangeiros ou Relações Exteriores) da CPLP
para março ou abril, a ter lugar em Cabo Verde, país que tem a presidência
rotativa da organização.
"Para
depois haver, todos os desejamos, a assinatura de uma convenção-quadro sobre
mobilidade na próxima cimeira, em Luanda [Angola assume em 2020 a presidência
da CPLP] em julho do próximo ano. Eu penso que isso constituirá, sem dúvida, um
marco histórico para a nossa comunidade", destacou o secretário-executivo,
elogiando o "trabalho notável" da presidência cabo-verdiana no dossiê
da mobilidade.
Integram
a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Portugal,
Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Reunidos
na ilha de São Vicente, em Cabo Verde, em junho último, os chefes da diplomacia
da CPLP mandataram uma comissão técnica para concluir, até novembro, o modelo
final de integração comunitária e mobilidade, a aprovar em reunião do conselho
de ministros da organização no primeiro trimestre de 2020.
Cabo
Verde apresentou uma proposta de modelo de integração comunitária, apelidada de
"geometria variável", que prevê estadas até 30 dias no espaço da
comunidade da CPLP isentas de vistos e vistos de curta temporada para
profissionais, investigadores e docentes, além de autorizações de residência.
Na
intervenção de hoje, o secretário-executivo da CPLP destacou ainda a crescente
importância da organização no plano internacional, aludindo desde logo ao
"impressionante número de observadores associados e observadores
consultivos". Estes, enfatizou Ribeiro Telles, procuram a CPLP "para
alargar as suas redes de contacto e de influência", o mesmo acontecendo
com as diferentes agências das Nações Unidas.
"Há
quatro ou cinco anos, a CPLP teria quatro observadores associados. Neste
momento são 18 [países] observadores associados. Isto revela, por um lado, que
a CPLP está no radar internacional, e que há cada vez mais uma maior apetência
para se colaborar com a CPLP em diferentes domínios. E não são apenas países do
continente africano que nos procuram, são do continente europeu, os próprios
Estados Unidos e também da Ásia", disse.
"Isto
revela, quanto a mim, a importância crescente que a CPLP está a ter na área
internacional ma área global", acrescentou.
Estão
presentes na reunião de hoje em São Filipe ministros, vice-ministros e
secretários de Estado do setor do Turismo dos países que integram a CPLP, com
exceção do Brasil e de Moçambique. In “Notícias ao Minuto” - Portugal
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