“Arte na Escola” é o nome do projecto promovido na Escola
Portuguesa de Macau (EPM) pela associação de pais da instituição, no sentido de
introduzir a educação artística nas disciplinas escolares. O projecto, cujo
tema é “Microdemocracia: O que podemos fazer?”, pretende suscitar o pensamento
crítico dos estudantes, no sentido de encontrar soluções para os problemas da
escola
A
democracia é o tema do projecto “Arte na Escola”, que vai chegar aos alunos da
Escola Portuguesa de Macau (EPM) pela Associação de Pais da Escola Portuguesa,
em parceria com a Fundação de Serralves, a Casa de Portugal em Macau, a
Fundação Oriente e a associação cultural BABEL. Dezanove das turmas da EPM
farão parte deste projecto, que começou ontem, e que vai dar aos alunos um
“espaço de confluência entre estética, ética e política”, explicou Margarida
Saraiva, membro da associação de pais, ao Ponto Final. No trabalho final, os
alunos vão apresentar um livro com aquilo que dizem estar mal na escola e o
projecto será exposto em Serralves, no Porto.
O
projecto surge no âmbito da flexibilização curricular, decretada pelo
Ministério da Educação português. “No âmbito desse decreto-lei, as escolas têm
oportunidade de introduzir uma série de novos projectos em tempo curricular, e
o que aconteceu aqui foi que a Associação de Pais da Escola Portuguesa tinha um
projecto de inclusão de educação artística em tempo curricular”. Na prática, a
EPM vai dar espaço – dentro das aulas de Educação Cívica, Educação Tecnológica
e Educação Visual – para a educação artística.
“Nós
assumimos a arte como um espaço de confluência entre estética, ética e
política”, referiu Margarida Saraiva, explicando o tema, “Microdemocracia: O
que podemos fazer?”, que foi decidido pela Fundação de Serralves: “O projecto
tem a ver com o olhar a escola, pensar o que é que se gostaria de se mudar na
escola. Em assembleia, as crianças vão eleger um problema que acham que é
fundamental e, para esse problema, vão apresentar uma solução. Essa solução é
transformada num objecto plástico, uma espécie de livro onde os pais,
professores e todas as pessoas que visitarem a exposição vão perceber o que é
que as crianças acham que deve ser mudado na escola que é delas”.
Margarida
Saraiva assume que o objectivo é fomentar “o pensamento crítico e criativo” dos
estudantes: “A nossa participação em comunidade e em sociedade depende destas
duas coisas, saber observar e ter um sentido crítico em relação àquilo que se
observa e, por outro lado, ter a capacidade de ultrapassar o estado puro e
simples de crítica para avançar com propostas criativas e implementáveis na
comunidade em que estamos a agir”.
A
primeira fase do projecto teve início ontem e decorre até Dezembro. Depois, em
Fevereiro de 2020, os educadores da Fundação de Serralves vão ter contacto
directo com as crianças e trabalhar com elas no desenvolvimento do projecto.
“Os trabalhos realizados serão expostos na escola e um trabalho de cada uma das
turmas será enviado para Serralves. Os alunos vão participar na exposição final
do projecto da Fundação de Serralves, que acontece anualmente”, indicou a também
curadora do Museu de Arte de Macau. Ainda em Fevereiro, será implementada a
segunda fase do projecto.
Amanhã,
os encarregados de educação terão oportunidade de conhecer o projecto mais a
fundo, através de um ‘workshop’ que servirá para apresentar o conceito. Também
os professores envolvidos tiveram uma sessão de formação para o projecto. André
Vinagre – Macau in “Ponto Final”
andrevinagre.pontofinal@gmail.com
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