Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Macau - Uma microdemocracia como forma de promover a educação artística na Escola Portuguesa de Macau

“Arte na Escola” é o nome do projecto promovido na Escola Portuguesa de Macau (EPM) pela associação de pais da instituição, no sentido de introduzir a educação artística nas disciplinas escolares. O projecto, cujo tema é “Microdemocracia: O que podemos fazer?”, pretende suscitar o pensamento crítico dos estudantes, no sentido de encontrar soluções para os problemas da escola



A democracia é o tema do projecto “Arte na Escola”, que vai chegar aos alunos da Escola Portuguesa de Macau (EPM) pela Associação de Pais da Escola Portuguesa, em parceria com a Fundação de Serralves, a Casa de Portugal em Macau, a Fundação Oriente e a associação cultural BABEL. Dezanove das turmas da EPM farão parte deste projecto, que começou ontem, e que vai dar aos alunos um “espaço de confluência entre estética, ética e política”, explicou Margarida Saraiva, membro da associação de pais, ao Ponto Final. No trabalho final, os alunos vão apresentar um livro com aquilo que dizem estar mal na escola e o projecto será exposto em Serralves, no Porto.

O projecto surge no âmbito da flexibilização curricular, decretada pelo Ministério da Educação português. “No âmbito desse decreto-lei, as escolas têm oportunidade de introduzir uma série de novos projectos em tempo curricular, e o que aconteceu aqui foi que a Associação de Pais da Escola Portuguesa tinha um projecto de inclusão de educação artística em tempo curricular”. Na prática, a EPM vai dar espaço – dentro das aulas de Educação Cívica, Educação Tecnológica e Educação Visual – para a educação artística.

“Nós assumimos a arte como um espaço de confluência entre estética, ética e política”, referiu Margarida Saraiva, explicando o tema, “Microdemocracia: O que podemos fazer?”, que foi decidido pela Fundação de Serralves: “O projecto tem a ver com o olhar a escola, pensar o que é que se gostaria de se mudar na escola. Em assembleia, as crianças vão eleger um problema que acham que é fundamental e, para esse problema, vão apresentar uma solução. Essa solução é transformada num objecto plástico, uma espécie de livro onde os pais, professores e todas as pessoas que visitarem a exposição vão perceber o que é que as crianças acham que deve ser mudado na escola que é delas”.

Margarida Saraiva assume que o objectivo é fomentar “o pensamento crítico e criativo” dos estudantes: “A nossa participação em comunidade e em sociedade depende destas duas coisas, saber observar e ter um sentido crítico em relação àquilo que se observa e, por outro lado, ter a capacidade de ultrapassar o estado puro e simples de crítica para avançar com propostas criativas e implementáveis na comunidade em que estamos a agir”.

A primeira fase do projecto teve início ontem e decorre até Dezembro. Depois, em Fevereiro de 2020, os educadores da Fundação de Serralves vão ter contacto directo com as crianças e trabalhar com elas no desenvolvimento do projecto. “Os trabalhos realizados serão expostos na escola e um trabalho de cada uma das turmas será enviado para Serralves. Os alunos vão participar na exposição final do projecto da Fundação de Serralves, que acontece anualmente”, indicou a também curadora do Museu de Arte de Macau. Ainda em Fevereiro, será implementada a segunda fase do projecto.

Amanhã, os encarregados de educação terão oportunidade de conhecer o projecto mais a fundo, através de um ‘workshop’ que servirá para apresentar o conceito. Também os professores envolvidos tiveram uma sessão de formação para o projecto. André Vinagre – Macau in “Ponto Final”

andrevinagre.pontofinal@gmail.com

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