A secretária-geral do Secretariado Permanente do Fórum
Macau assumiu dificuldades na contratação de tradutores-intérpretes locais, mas
recordou que o Gabinete de Apoio é responsável por todas as contratações. Xu
Yingzhen admitiu ainda que, no futuro, o Fórum Macau irá “fazer uma revisão
séria sobre o recrutamento” dos tradutores, e garantiu que a primeira fase das
obras de construção do Complexo da Plataforma de Serviços para a Cooperação
Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa irá terminar no final
do mês de Novembro
À
margem da cerimónia de abertura do Colóquio sobre Investimento e Comércio da
Madeira Tropical, Xu Yingzhen foi questionada sobre as conclusões de uma
investigação do Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) em relação a alegadas
contratações irregulares para o Fórum Macau. “No futuro, o Fórum Macau vai
fazer uma revisão séria sobre o recrutamento dos tradutores”, começou por dizer
a secretária-geral do Secretariado Permanente do Fórum Macau.
Sobre
a recente polémica a envolver a contratação de cinco tradutores-intérpretes do
interior da China para o Fórum Macau, Xu Yingzhen assinalou que, tal como
refere o relatório do CCAC, a situação está prevista na lei em caso de escassez
de técnicos profissionais nos serviços públicos. “A contratação de cinco
bilingues qualificados em chinês-português foi devido à escassez de opções,
como já foi recordado no relatório do CCAC”, afirmou.
No
comunicado do CCAC foi rejeitada a tese de “uma discriminação linguística” ou
de “exclusão de quadros qualificados locais”, uma vez que os cinco
intérpretes-tradutores recrutados por aquele Gabinete de Apoio têm o mandarim
como língua materna, ao contrário da maioria dos locais.
Uma
fonte do Fórum Macau explicou ao Ponto Final que, “90 por cento das línguas que
se usam no trabalho do dia-a-dia [na instituição] é o mandarim e o português,
em vez do cantonês”, uma situação assinalada no relatório do CCAC. “Devido ao
facto de os intérpretes-tradutores locais terem essencialmente o cantonense
como língua materna, tecnicamente é difícil para estes tradutores desenvolverem
o trabalho de interpretação de ‘mandarim-português’” que o Fórum Macau exige,
lê-se nas conclusões do CCAC divulgadas na passada sexta-feira.
Questionada
sobre a possibilidade de haver concurso público nas contratações para o Fórum
Macau, Xu Yingzhen frisou que esse processo cabe ao Gabinete de Apoio. “Queria
explicar que o Gabinete de Apoio sempre nos apoiou tanto ao nível dos recursos
humanos como ao nível dos recursos financeiro e logístico. Queria aproveitar
para agradecer todo o apoio e o suporte dos diversos departamentos do Governo
de Macau. Se no futuro as contratações serão feitas por concurso público? Sobre
a questão que mencionou, não nos cabe a nós fazer esse trabalho, por isso não
posso responder à vossa questão”, afirmou a secretária-geral do Fórum Macau.
Sobre
a primeira fase de construção do Complexo da Plataforma de Serviços para a
Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, Xu
Yingzhen garantiu que as obras vão ser concluídas no final do mês de Novembro,
e que a sexta conferência ministerial do Fórum Macau, a acontecer em 2020, será
realizada no novo espaço. “De acordo com o nosso plano de construção, a
primeira fase de construção do complexo será terminada no final de Novembro”,
afirmou Xu Yingzhen.
Uma
fonte próxima do Fórum Macau acrescentou ao Ponto Final que o edifício “está
praticamente pronto”, e que a segunda, e última fase, do processo de construção
do novo complexo ainda vai a concurso público. Eduardo Santiago – Macau in “Ponto
Final”
eduardosantiago.pontofinal@gmail.com
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