Cidade
da Praia – O artista plástico cabo-verdiano residente no Luxemburgo Nélson
Neves celebra no próximo ano 20 anos de carreira com uma exposição intitulada “Retrospectiva
Nelson Neves 2000-2020”, na galeria d’Arte H2O na villa de Differdange,
Luxemburgo.
Em
conversa com a Inforpress, este artista, que vive há mais de 30 anos no
Luxemburgo, informou que a exposição acontece de 15 de Junho a 5 de Julho, mas
a cerimónia de abertura está prevista para o dia 18, e espera contar com a
presença do Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente.
Nélson
Neves nasceu em Santo Antão, em 1973, e aos sete anos emigrou com os pais para
o Luxemburgo.
Após
os seus estudos primários e pós-primários, Nélson Neves seguiu carreira como
decorador, mas nunca deixou de lado pintura.
A
sua primeira exposição de pintura foi realizada em Setembro de 2001, em
Rodange, enquadrada na Semana Cultural de Cabo Verde, e de lá até hoje houve
vários convites para participar em exposições nesse país europeu e não só.
Ao
longo da sua carreira participou em cerca de 40 exposições individuais e em
grupo no Luxemburgo, França, Bélgica e Cabo Verde.
Entretanto,
à Inforpress considerou que a exposição que lhe marcou foi a de 2008, quando o
Ministério da Cultura do Luxemburgo o convidou para representar o país na
Semana Cultural Luxemburguesa, na Cidade da Praia.
“Foi
com muito orgulho que participei, fiquei muito contente e foi uma grande
responsabilidade para mim porque Luxemburgo tem grandes pintores e fiquei grato
por terem-me convidado para representar Luxemburgo na terra onde nasce”,
regozijou-se.
A
partir dali, recordou, passou a receber vários prémios artísticos e convites
por parte de liceus e escolas básicas para ministrar formação sobre arte, o que
a seu ver é um reconhecimento do seu percurso, uma vez que não tem qualquer
diploma de professor de arte.
Realçou
o facto de, para além de levar a sua arte para expor em alguns países,
principalmente em Cabo Verde, ter aproveitado para ministrar workshops sobre
pinturas em diversas ilhas do país, destinados às crianças, aos jovens com
deficiência e aos reclusos.
Nélson
Neves revelou ainda à Inforpress que a vivência do povo cabo-verdiano, a
vivência dos luxemburgueses, a natureza, as cores e tudo que o rodeia são as
suas fontes de inspiração e que para o seu “equilíbrio” preciso das duas
culturas.
Na
sua última exposição, que ocorreu em Outubro, na casa dos Assalariados, em
Luxemburgo, disse ter ficado “muito contente” quando o director da galaria, no
seu discurso, ter dito que ele tem construído pontes entre a cultura
cabo-verdiana e a luxemburguesa.
“É
isso que tento fazer sempre que é unir povos através da cultura. Digo sempre
que as pessoas que querem dividir o mundo e os povos há muitos (…) mas os
artistas têm que ter a obrigação de construir pontes porque é com ponte que
aproximamos os povos”, defendeu.
Para
continuar a construir esta ponte, revelou que para a cerimónia de abertura da
expoçisão vai haver uma fusão da música cabo-verdiana com a luxemburguesa, e
que para isso convidou um artista cabo-verdiano e um artista luxemburguês.
A
exposição “Retrospectiva Nelson Neves 2000-2020” irá contar com mais de
100 quadros, obra desses 20 anos de carreira, informou.
Realçou
ainda o facto de não ter sido fácil conseguir a galeria d’Arte H2O para expor
os seus trabalhos, uma vez que, por ser uma das mais maiores galerias do país,
todos os artistas conceituados do Luxemburgo querem expor naquele espaço. In “Inforpress”
– Cabo Verde
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