Liberação de insetos que não podem se multiplicar já foi
ensaiada em várias áreas do país; Cabo Verde também revelou interesse em
implementar iniciativa da Aiea, FAO e OMS
O
Brasil usa a partir de 2020 mosquitos estéreis da espécie Aedes aegypt
para controlar a reprodução deste agente que transmite doenças como
chikungunya, dengue e zika.
O
método é usado pela Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, em parceria
com o Programa Especial de Pesquisa e Treinamento em Doenças Tropicais e a
Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO.
Etapas
Falando
à ONU News, de Viena, o entomólogo Danilo Carvalho, da Aiea, disse que depois
de esterilizar os mosquitos machos com a radiação, a técnica ajuda a reduzir
esses insetos. O Brasil passou pelas etapas preliminares do processo que
termina com a expansão dos mosquitos sem capacidade de reproduzir.
“Esse
projeto da técnica de inseto estéril tem várias fases. Conforme se vai alcançando essas fases
alcança-se um novo nível. O projeto de esterilização do mosquito no Brasil, ele
passou por primeiras fases de encontrar uma população de mosquitos locais onde
tem interesse de fazer a liberação, entender a dinâmica populacional na área e
o interesse para liberar e a partir daí iniciar as liberações. O projeto
brasileiro tem intenção de começar no próximo ano de fato as liberações.”
O
Brasil registrou um surto de zika em 2015, que foi associado ao aumento de
bebês nascidos com microcefalia. O
especialista contou que Cabo Verde já fez contatos com a Aiea para a utilização
desta técnica.
Para
controlar o nascimento de insetos são criadas grandes quantidades de mosquitos
machos esterilizados em instalações especiais. Mais tarde, eles são liberados
para acasalar com fêmeas que, ao não reproduzir, ajudam a baixar a população de
insetos com o tempo.
Aedes aegypt
Para
realizar esses testes, a Organização Mundial da Saúde, OMS, lançou um guia com
recomendações para os países interessados em controlar o Aedes aegypt. A agência já deu luz verde para que a técnica
seja usada em nível global.
A
diretora geral adjunta de programas da OMS revelou que metade da população
mundial está agora em risco de contrair dengue. Soumya Swaminathan afirmou que
os esforços para travar este problema ainda não são suficientes.
A
especialista destacou que é preciso ter novas abordagens. Para a
cientista-chefe da OMS a nova técnica de esterilização é uma iniciativa
“promissora”.
Nas
últimas décadas, a incidência de dengue aumentou por causa das mudanças
ambientais, da urbanização não regulamentada, do transporte, das viagens e da
falta de controle de vetores.
Malária e Dengue
Casos
de dengue ocorrem em vários países, principalmente no subcontinente indiano.
Bangladesh enfrenta o pior surto desde a primeira epidemia registrada em 2000,
destaca a OMS.
A
malária, a dengue, a zika, o chikungunya e a febre amarela afetam 17% do total
de pacientes de doenças infecciosas em todo o mundo. Mais de 700 mil pessoas
morrem a cada ano.
A
Técnica de Insetos Estéreis foi aplicada pela primeira vez pelo Departamento de
Agricultura dos Estados Unidos. Logo depois, as pragas de insetos que atacavam
plantações e animais diminuíram nas fazendas.
O
controle da mosca da fruta mediterrânea e da mosca da lagarta do Novo Mundo
também são considerados casos de sucesso da técnica usada no setor agrícola em
todos os continentes. “ONU News” – Nações Unidas
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