Díli
-- A empresa Timor Resources começa em março perfurações em três poços na
região de Suai, a sul de Díli, onde estima existirem reservas de 143 milhões de
barris, disse à Lusa um responsável.
"Completamos
os testes sísmicos em Betano e em Suai e já temos resultados oficiais dos
testes em Suai que indicam cinco locais para perfuração, das quais em março
começaremos a perfurar três", disse à Lusa Filomeno de Andrade,
responsável máximo da Timor Resources (TR) em Timor-Leste.
Filomeno
de Andrade acrescentou que o cenário "médio" aponta a "previsões
de 143 milhões de barris" nos três poços que vão começar a ser explorados,
antecipando-se que a produção comece no último trimestre de 2020.
Em
curso, disse, está agora uma última análise ambiental, com equipas no terreno a
recolherem amostras de solo, ar e água, para completar os últimos processos
antes da instalação do material de perfuração.
"Estas
atividades estão a decorrer. Estamos igualmente a concluir as consultas às
comunidades. Não tem havido qualquer problema com as comunidades locais que
participará, tanto em empregos diretos, como em indiretos", explicou.
O
equipamento necessário, disse, também está a ser preparado na Indonésia e nos
Estados Unidos para envio de Timor-Leste e que vão ser construídos oito tanques
em Suai Loro, para armazenar o crude que será depois vendido, em bruto, para o
estrangeiro.
"Temos
grandes esperanças de que os resultados sejam benéficos não só para a
companhia, mas também para Timor-Leste", frisou.
"Estamos
satisfeitos pelo trabalho pioneiro em Timor, pela colaboração bastante grande
com a Autoridade Nacional de Petróleo e eu como timorense sinto-me orgulhoso
disso", afirmou.
Filomeno
de Andrade apontou ainda que o custo das três perfurações -- em Karau (1400
metros), Kumbili (1600 metros) e Laisapi (1799) - deverá rondar os 55 milhões
de dólares (49,65 milhões de euros), assumidos na totalidade pela TR.
Cada
perfuração demorará dois meses sendo feitas de forma sucessiva, sendo depois
feitos furos de avaliação (seis meses depois) para confirmar a dimensão
estimada do lençol.
Recorde-se
que o Governo timorense concedeu em abril de 2017 à TR as primeiras licenças de
exploração e produção de petróleo no interior do país, abrangendo uma área de
cerca de dois mil quilómetros quadrados em quatro municípios do sul do país.
O
Bloco A - nos municípios de Covalima e Maliana - e o Bloco C - nos municípios
de Manufahi e Ainaro - foram adjudicados, em regime de Contratos de Partilha de
Produção (PSC), à Timor Resources Pty Ltd, uma empresa australiana que faz
parte do Nepean Group.
O
responsável explicou que a empresa já investiu cerca de 18 milhões de dólares
nos projetos, um valor que não é de grande dimensão tendo em conta a empresa
mãe, a Nepean, "maior empresa australiana fornecedora de equipamento de
minas, e que se pode tornar na maior do mundo" depois de adquirir em 2018
a europeia Sanvic.
Uma
aposta de uma empresa familiar que, "está em Timor não apenas pelo petróleo
e gás, mas também para apoiar o país, a pensar na população".
As
receitas serão divididas 50-50 com a Timor Gap, sendo que o lucro estimado da
TR é de "cerca de 8%" das receitas. In “Sapo
Timor-Leste” com “Lusa”
Sem comentários:
Enviar um comentário