Até 7 de Setembro, o restaurante do Clube Militar vai estar de portas fechadas, para que se proceda a obras urgentes na estrutura do tecto. A responsabilidade do projecto é do arquitecto Bruno Soares. Vão ser utilizados materiais de tecnologia mais avançada, que permitirão uma absorção do ruído 75% superior ao que acontecia anteriormente. Manuel Geraldes, membro da direcção do clube, disse ao Jornal Tribuna de Macau que os trabalhos de renovação deveriam ter sido realizados na altura da pandemia, mas “não havia disponibilidade financeira para o fazer”
Os
habituais clientes do restaurante do Clube Militar vão ter de, durante mais de
um mês, procurar outros locais para degustar a renomada gastronomia, porque o
espaço encerrou ontem para obras de renovação. Quem passar junto ao edifício e
por entre as janelas abertas pode confirmar o início dos trabalhos com a
existência de andaimes colocados no interior do espaço.
A
maior intervenção centrar-se-á no local onde habitualmente há mais sócios e
visitantes, ou seja, o salão onde funciona o restaurante. As obras vão incidir
na substituição da estrutura do tecto.
“Na
altura da covid, o ar condicionado era pouco ou nada utilizado, porque não
tínhamos dinheiro para tal, só que isso poderia ter riscos e foi o que
aconteceu”, começou por revelar Manuel Geraldes ao Jornal Tribuna de Macau.
O
membro da direcção, responsável pela gestão do restaurante e dos bares, lembrou
que essa situação foi provocando a degradação de uma parte do tecto, por causa
da humidade que se foi infiltrando, daí o desabar da mesma, a 16 de Setembro do
ano passado. Tudo por causa do material absorvente que foi perdendo capacidade.
“Este
é o problema dos edifícios públicos que têm de estar de portas abertas e, por
isso, deterioram-se com facilidade em virtude da humidade que penetra e provoca
estragos”, disse o vogal da direcção, reconhecendo que, por essa razão, “estas
obras são urgentes e já deveriam ter sido feitas logo a seguir à covid, mas só
agora, com o Clube a passar por uma situação mais estável financeiramente, é
que decidimos avançar, permitindo igualmente que o nosso pessoal possa gozar
férias”.
Manuel
Geraldes frisou que “não é possível fazer este tipo de renovação com o
restaurante e outros espaços interiores a funcionar, por isso temos de fechar
durante pouco mais de um mês”. A reabertura do espaço está agendada para 7 de
Setembro.
O
responsável do projecto da remodelação do tecto, que é a parte mais importante
das obras que decorrerão no Clube Militar, é o arquitecto Bruno Soares. “Ele
vai colocar uma nova camada no tecto e utilizar materiais de tecnologia mais
avançada, provenientes da Suíça (tais como os anteriores, mas agora mais
sofisticados), que permitirão uma absorção mais eficaz do ruído”, disse,
acrescentando que esse sistema de redução do som possibilitará uma eficácia 75%
superior ao que se verificava até aqui, “o que vai ser fantástico”.
Para
além dos arranjos profundos no tecto do restaurante, há outras obras a ter em
conta, como a área da cozinha, “onde é necessário efectuar alguma renovação,
não só das instalações em si, como de alguns equipamentos”. O bar sofrerá
também pequenas obras, como pintura e reparação de certas deficiências que a
humidade tornou visíveis ao longo dos anos.
Melhoramentos já feitos nos salões do Clube
Nos
últimos meses já foram realizado alguns trabalhos de manutenção, concretamente
no Salão Stanley Ho, onde têm decorrido, por exemplo, os concertos das
“Jornadas Musicais do Clube Militar”, além de outros eventos. Realizaram-se
igualmente obras de melhoria no Salão Ho Yin, situado no piso inferior e que
serve para várias funções, como jantares, convívios ou exposições.
Essa
fase de renovações está concluída, assim como o exterior, que contou com uma
nova pintura. “Como se pode ver do lado de fora, o edifício ficou muito
bonito”, vincou.
Sobre
orçamentos, Manuel Geraldes disse que as obras actuais vão ser pagas pelo
clube, enquanto as restantes, já realizadas, terão a comparticipação do
Instituto Cultural, uma vez que o edifício antigo está classificado como de
interesse público e constitui “um documento de anteriores povos ou épocas da
história de Macau”, como foi denominado aquando de um decreto-lei emanado pelo
Governo do território, a 7 de Agosto de 1998, numa legislação sobre património
estabelecida pelo antigo Governador, o general Rocha Vieira.
O
membro dos corpos gerentes do Clube Militar, há vários anos a exercer o cargo,
afirma que a instituição está “numa postura de grande estabilidade”,
reconhecendo que vive muito das receitas do restaurante. Vítor Rebelo –
Macau in “Jornal Tribuna de Macau”
Sem comentários:
Enviar um comentário