Zhong
Nanshan, chefe da equipa de médicos especialistas designados pelo Governo
chinês para combater o surto do Covid-19, disse ontem que a doença continuará a
alastrar-se pelo mundo até pelo menos Junho próximo. Numa conferência de
imprensa em Cantão, sul da China, Zhong disse que o “foco na prevenção e
controlo do vírus” passará para a importação de infecções oriundas do exterior,
à medida que o surto se alastra por mais de uma centena de países.
O
pneumologista, de 83 anos, disse ainda que a China prestará assistência a
países onde o vírus está a propagar-se rapidamente, incluindo experiência em
protecção e tratamento médico. “Estima-se que o desenvolvimento do surto global
perdurará até pelo menos Junho próximo”, disse Zhong, que desempenhou um papel
importante no combate ao surto da Síndrome Respiratória Aguda e Grave (SARS),
ou pneumonia atípica, que atingiu o país entre 2002 e 2003.
O
médico lembrou que a província de Guangdong, a segunda mais afectada pelo surto
na China, tem fortes ligações ao exterior, o que torna necessário “fortalecer
as medidas de inspecção nas fronteiras”. “Viajantes oriundos de países
gravemente afectados pelo surto merecem atenção especial e devem cumprir
quarentena”, afirmou. A China voltou ontem a registar uma queda no número de
novos casos de infecção. Fora da província de Hubei, epicentro do surto e onde
várias cidades foram colocadas sob quarentena, todos os quatro casos detectados
são “importados” do Irão, segundo a Comissão Nacional de Saúde do país
asiático. In “Ponto Final” - Macau
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