O anúncio foi feito pela Organização para Alimentação e
Agricultura, FAO, que gere os Sistemas Importantes do Património Agrícola
Mundial, SIPAM. Para a agência, o sistema localizado no estado de Minas Gerais,
é fundamental para a melhoria da biodiversidade e do conhecimento tradicional
Um
sistema agrícola da Serra do Espinhaço, em Minas Gerais, no Brasil, foi nomeado
esta quarta-feira para a lista de patrimónios mundiais.
A
Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, que gere os
Sistemas Importantes do Património Agrícola Global, SIPAM, afirma que a escolha
se deve à contribuição que o sítio natural tem dado à biodiversidade e aos
saberes tradicionais.
Único
O
sistema agrícola é praticado em seis comunidades nos municípios de Diamantina,
Buenópolis e Presidente Kubitscheck. As seis ocupam uma área de aproximadamente
100 mil hectares e chegam a manejar mais de 400 espécies. A distinção reconhece
o trabalho das famílias colhedoras das flores “Sempre-Vivas”.
Segundo
a agência, os vários ecossistemas constituem “a savana com mais biodiversidade
do planeta” e “desempenham um papel crucial na regulação das chuvas da região.”
Os
agricultores, conhecidos como colhedores de flores sempre-vivas, desenvolveram
um sistema que combina a apanha de flores, jardinagem agroflorestal, pastoreio
de gado e cultivos. Tudo isto acontece em várias altitudes que chegam até aos 1400
metros.
O
sistema requer uma ampla gama de conhecimentos e práticas tradicionais passados
de geração em geração, ajudando as pessoas a alcançarem a harmonia com o meio
ambiente e, ao mesmo tempo, a garantir a sua segurança alimentar.
Reconhecimento
Numa
nota, o coordenador da rede SIPAM, Yoshihide Endo, disse que "graças à
profunda compreensão dos ciclos e ecossistemas naturais e ao amplo conhecimento
da flora nativa, as comunidades locais gerem todos os tipos de atividades
agrícolas bem adaptadas a cada tipo de solo, características geográficas e
climáticas para sustentar as suas vidas."
Segundo
ele, "essas atividades também contribuem para preservar valiosas
variedades de culturas, vegetação nativa e paisagens da região".
Deslocando-se
pelas montanhas, as pessoas enriquecem os campos com uma variedade de espécies,
permitindo que os ecossistemas e paisagens se regenerem, diversificando os
fluxos naturais de sementes e genes.
O
acesso e uso sustentável da flora são controlados por cada comunidade de acordo
com os ciclos naturais das espécies e a intensidade da colheita.
Sistema
Com
esta nova nomeação, existem agora 59 sistemas distinguidos pelo SIPAM em 22
países.
O
programa destaca formas únicas desenvolvidas pelas comunidades para promover a
segurança alimentar, meios de subsistência, ecossistemas resilientes e altos
níveis de biodiversidade. ONU News – Nações Unidas
Sem comentários:
Enviar um comentário