Além da imunização, a Organização Mundial da Saúde lança
a iniciativa internacional chamada “Solidariedade” para testar tratamentos em
vários países e partilhar resultados. O número de casos ultrapassou os 200 mil,
mais de 8 mil pessoas morreram desde o mês de Dezembro, quando a nova estirpe
do cononavírus apareceu na China
A
Organização Mundial da Saúde, OMS, confirmou esta quarta-feira que começaram os
testes da primeira vacina contra o novo coronavírus, covid-19.
Em
Genebra, o director-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, lembrou que o teste foi
iniciado apenas 60 dias após estar terminada a sequência genética do vírus,
dizendo que “é uma conquista incrível.”
Vacina
Tedros
elogiou “os investigadores de todo o mundo que se reuniram para avaliar, de
forma sistemática, esta terapia experimental."
Na
véspera desse anúncio, a ONU News conversou com a médica da OMS e chefe da área
de vacina e medicamentos, Mariângela Simão. Ela falou, de Genebra, sobre os
novos ensaios clínicos.
“Uma
vacina não é desenvolvida de um dia para o outro. Demora tempo para fazer os
estudos necessários para avaliar não só a eficácia, se a vacina funciona ou
não, mas também se ela é segura, se ela é estável, se é aplicada em diferentes
condições, para diferentes grupos etários, e tudo o mais. No momento, temos
cerca de 20 ensaios clínicos, pesquisas, em andamento para desenvolvimento de
vacinas.”
Testes
Além
da vacina, o chefe da OMS informou que vários testes de pequena dimensão, com
métodos diferentes, estão a decorrer. Disse, no entanto, que podem “não dar a
prova clara e forte” que é necessária.
Por
causa disso, a OMS e vários parceiros estão a organizar uma iniciativa em
muitos países para comprar os resultados de vários tratamentos. O grande estudo
foi chamado de “Solidarity”, “Solidariedade”, em português.
Já
o chefe da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse que "este grande estudo
internacional foi projectado para gerar os dados robustos que são precisos, para
mostrar quais tratamentos são os mais eficazes.”
Segundo
ele, a iniciativa deve "fornecer procedimentos simplificados para
hospitais sobrecarregados."
Muitos
países já confirmaram que participarão da iniciativa Solidariedade, incluindo
Argentina, Bahrein, Canadá, França, Irão, Noruega, África do Sul, Espanha,
Suíça e Tailândia. Tedros acredita que “muitos outros participarão."
Ébola
Ao
falar de uma outra doença, o ébola, ele informou ainda que o último caso na
República Democrática do Congo foi registado há mais de um mês. Se continuar
assim, o fim do surto deve ser declarado em menos de 30 dias.
O
director-geral diz que "o mesmo espírito de solidariedade” que conduziu os
esforços contra o ébola “deve ser empregado para derrotar o Covid-19.”
Dos
mais de 200 mil casos do novo coronavírus relatados à OMS até quarta-feira,
mais de 80% são de duas regiões, Ásia e Pacífico e Europa.
Tedros
disse que muitos países "estão a sentir-se sobrecarregados”, mas que a OMS
é solidária com “as tremendas dificuldades” e “difíceis escolhas” que estão a
fazer.
Resposta
Todos
os dias, os funcionários da agência reúnem-se com ministros da Saúde, chefes de
Estado, profissionais e administradores hospitalares, líderes do sector e chefes
de empresas para ajudar na resposta. Tedros avisa que ninguém “deve presumir
que a sua comunidade não será afectada” e que todos têm de se preparar.
Segundo
ele, “há esperança” e “muitas coisas que todos os países podem fazer."
Além de medidas físicas de distanciamento, os Estados-membros devem isolar,
testar, tratar e rastrear os casos de infecção.
Coreia do Sul
O
diretor-geral lembrou o caso da Coreia do Sul, onde no pico eram confirmados
mais de 800 novos casos todos os dias, teve na terça-feira, apenas 90
notificações.
A
OMS está a actuar com outros países para aplicar as lições aprendidas na Coreia
do Sul, adaptando-as ao contexto local.
Tedros
também referiu a possível superlotação dos sistemas de saúde. Quando os
hospitais estiverem cheios, os países podem usar instalações comunitárias para
isolar e cuidar de casos leves. Se isso não for uma opção, esses pacientes
podem ser atendidos em casa.
Segundo
o chefe da OMS, essa “não é a situação ideal”, mas a OMS publicou um guia de como
esses cuidados domiciliários podem ser prestados.
Por
fim, a OMS continua pedindo que todos os países implementem uma abordagem
completa, para reduzir o número de casos durante o pico do surto. Segundo
Tedros, “esta abordagem está a salvar vidas e a ganhar tempo para desenvolver
vacinas e tratamentos." ONU News
– Nações Unidas
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